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Nova emissão de títulos na América Latina e no Caribe alcançou quase 14 bilhões de dólares em março, a maior emissão mensal desde junho de 2014

21 de junho de 2016|Notícias

O Escritório da CEPAL em Washington divulgou um novo relatório sobre fluxos de capital.

A melhora da confiança do mercado e dos fluxos de capitais para a América Latina e o Caribe ao longo dos primeiros três meses do ano contribuiu para que o primeiro trimestre de 2016 terminasse com uma nota mais otimista do que começou, com as novas emissões de títulos alcançando quase 14 bilhões de dólares em março, a maior emissão mensal desde junho de 2014, segundo o relatório Fluxos de Capital para a América Latina e o Caribe: Primeiro Trimestre de 2016, divulgado pelo Escritório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) em Washington.

De acordo com esse estudo, houve um amplo aumento dos ativos da América Latina e do Caribe em março, mas sua intensidade também foi um fator relevante num início de ano muito desafiante. As principais ameaças do início do ano – taxas de juros mais altas nos Estados Unidos, maiores reduções do preço do petróleo e queda da economia chinesa - haviam retrocedido no final do trimestre.

O alívio monetário de grandes bancos centrais, o fortalecimento dos preços das matérias-primas e a crescente confiança de que a Reserva Federal dos Estados Unidos não estava planejando voltar a subir as taxas de juros impulsionaram as ações e os títulos.

O documento ressalta que, por conseguinte, o primeiro trimestre de 2016 foi uma história que teve duas partes. As ações latino-americanas ganharam quase 19% no primeiro trimestre, segundo o Índice MSCI América Latina, anulando em março grande parte da queda registrada durante a liquidação do início do ano.

As moedas também se recuperaram de mínimos recentes frente ao dólar americano. Os spreads dos títulos da América Latina e do Caribe se ajustaram em 32 centésimos de ponto percentual no primeiro trimestre de 2016, após uma expansão de quase 1 ponto percentual em 2015. O relatório indica que, depois de alcançar seu nível máximo em janeiro, o dólar moderou sua valorização frente a outras grandes moedas, apoiando o ajuste nos spreads.

A volatilidade intensificada do mercado na etapa inicial do primeiro trimestre dificultou a emissão inclusive para os emissores com melhor classificação, mas uma forte recuperação em março levou a melhores condições de emissão. Enquanto a nova emissão de títulos alcançou quase 14 bilhões de dólares nesse mês, a emissão total de dívida da América Latina e do Caribe chegou a 29,76 bilhões de dólares no primeiro trimestre de 2016, em comparação com 30,54 bilhões de dólares no mesmo período de 2015, o que representa uma queda de 3%.

Contudo, foi uma importante melhora com respeito aos 18,1 bilhões de dólares emitidos em toda a segunda metade de 2015 (houve uma desaceleração considerável na emissão de dívida da América Latina e do Caribe de julho a dezembro de 2015, já que a volatilidade e os menores preços das matérias-primas afetaram a região). Para ter um panorama das principais tendências de 2015, veja Fluxos de Capital para a América Latina e o Caribe: Panorama 2015.

Rompendo com as últimas tendências, os títulos soberanos tiveram a maior participação na emissão total (53%), enquanto os corporativos (47%) registraram sua pior parcela no total desde 2005, de acordo com o documento Fluxos de Capital para a América Latina e o Caribe: Primeiro Trimestre de 2016.

O relatório destaca que a emissão por parte de bancos e corporações no primeiro trimestre de 2016 foi 16% mais baixa do que no primeiro trimestre de 2015 e 69% menor do que no mesmo período de 2014. O aumento da participação de títulos soberanos na emissão total ocorreu apesar da preocupação sobre suas classificações de crédito. Houve nove classificações de crédito soberana negativas durante o primeiro trimestre e somente duas positivas.

Apesar da melhora da confiança no final do trimestre, o clima externo continua desafiante. O estudo conclui que os preços do petróleo, a economia chinesa, o impacto real das taxas de juros negativas sobre o sistema europeu e, particularmente, a trajetória futura da política monetária dos Estados Unidos continuam sendo interrogações, e um aumento gradual das taxas de juros dos Estados Unidos poderia tirar o brilho da recente recuperação dos ativos financeiros na América Latina e no Caribe.