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A CEPAL apresentará uma proposta de classificação fluvial para a América do Sul em conferência mundial

1 de setembro de 2016|Notícias

A iniciativa visa à utilização desse mecanismo como ferramenta de planejamento e políticas públicas.

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Amazonas-Solimoes river.
A América do Sul conta com um sistema de cursos navegáveis naturais que não são suficientemente aproveitados para a mobilidade de carga e pessoas.
Foto: Fernando Bizerra/EFE

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) apresentará uma proposta de classificação fluvial para os países da América do Sul durante a Nona Conferência Internacional de Engenharia Costeira e Portuária em Países em Desenvolvimento, que será realizada de 16 a 21 de outubro no Rio de Janeiro, Brasil.

O documento foi elaborado pela Divisão de Recursos Naturais e Infraestrutura (DRNI) do organismo regional das Nações Unidas e publicado no Boletim de Facilitação do Transporte e Comércio na América Latina e no Caribe (FAL) em fevereiro deste ano.

De acordo com o estudo, a América do Sul conta com um sistema de cursos navegáveis naturais com uma cobertura e extensão extremamente importante que não são suficientemente aproveitados para a mobilidade de carga e pessoas. Isto ocorre especialmente em regiões onde a provisão de infraestrutura terrestre é dificultada pela própria geografia e o transporte fluvial representa o modo natural para a produção de massa.

Os estudos e assistência sobre navegação interior e mobilidade fluvial têm uma longa trajetória na DRNI. Entre eles destacam-se as pesquisas sobre a bacia do Amazonas como eixo emergente no contexto da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), a importância do modo fluvial para os países sem litoral da América do Sul e, por fim, o desenvolvimento de políticas de mobilidade fluvial sustentável no caso do Equador.

Na sub-região, a rede de rios navegáveis se estende desde as bacias do Amazonas e do Paraguai-Paraná até os rios de menor tamanho e navegabilidade, ainda mais importantes para as populações e as economias locais por serem a única via de comunicação e acessibilidade.

“Nessas regiões os governos deveriam reconhecer que os rios navegáveis, como principais vias de transporte, complementam e às vezes substituem as rodovias; por esse motivo, deveriam receber um tratamento e atenção igual aos outros modos de transporte”, afirma o estudo.

Neste cenário, uma classificação sul-americana de vias de navegação fluvial permitiria determinar a capacidade atual da rede regional de navegação fluvial, além de destacar e monitorar seu desenvolvimento potencial.

A primeira discussão de peritos regionais e internacionais sobre a proposta de classificação acontecerá nessa Conferência, por ocasião da jornada de trabalho a ser realizada em 19 de outubro, Navegação interior e um uso mais sustentável dos recursos naturais: redes, desafios e oportunidades para a América do Sul, que busca promover um diálogo regional sobre o desenvolvimento da mobilidade fluvial na região.  

O encontro, organizado pela CEPAL em cooperação com a Associação Mundial de Infraestrutura do Transporte Aquático (PIANC) e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) do Brasil, terá como objetivo principal oferecer aos tomadores de decisão, especialistas e consultores técnicos uma oportunidade de compartilhar suas experiências e apresentar seus pontos de vista sobre os desafios e o potencial de desenvolvimento da navegação interior na América do Sul.

Será atribuída atenção especial às vias navegáveis interiores no uso mais sustentável dos recursos naturais da região.

Os palestrantes do workshop serão Ricardo Sánchez, Encarregado da Divisão de Recursos Naturais e Infraestrutura da CEPAL, Geoffroy Caude, Presidente da PIANC, e Adalberto Tokarski, Diretor Geral da ANTAQ. Participarão peritos e representantes da Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai, entre outras autoridades.