Uma nova oportunidade para examinar os avanços e os desafios em matéria de igualdade de gênero nos países da América Latina e do Caribe terão este ano os governos, as organizações da sociedade civil e os especialistas por ocasião da XII Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe em Santo Domingo, República Dominicana.
Esta reunião intergovernamental, convocada pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), se levará a cabo entre os dias 15 e 18 de outubro na capital dominicana e se centrará na igualdade de gênero, no empoderamento das mulheres e nas tecnologias da informação e das comunicações (TIC).
As TIC constituem hoje um suporte imprescindível e transversal do conjunto da atividade econômica, política, cultural e social, além de representar um setor produtivo por si mesmo. Nessa medida, estas tecnologias podem ser aliadas para o alcance da igualdade, ajudando a reduzir as iniquidades de gênero que persistem nas sociedades latino-americanas e caribenhas.
O documento principal da conferência, intitulado Mujeres en la economía digital. Superar el umbral de la desigualdad, está a cargo da Divisão de Assuntos de Gênero da CEPAL, em colaboração com a Divisão de Desenvolvimento Produtivo e Empresarial do mesmo organismo.
Nos últimos meses foram realizadas duas reuniões preparatórias -nas quais participaram ministras e altas autoridades dos mecanismos da mulher e dos ministérios de Economia, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Agrário, Relações Exteriores, Emprego e Saúde- para analisar as propostas e recomendações contidas neste documento de posição.
A primeira realizou-se no dia 8 de maio na Costa Rica, onde se congregaram os países da América Central e o México, e nos dias 21 e 22 de maio se efetuou a segunda, no Uruguai, com a assistência de representantes dos países da América do Sul. Para os países do Caribe a reunião será levada a cabo no mês de agosto próximo.
As organizações não governamentais podem participar da conferência por diferentes vias: formando parte das delegações nacionais, processo que deve ser efetuado em cada país e contar com a aprovação dos respectivos governos; na qualidade de organizações com estatuto consultivo ante as Nações Unidas, de acordo com as normas do Conselho Econômico e Social; ou como observadoras convidadas especialmente pela CEPAL.
Convocada com uma frequência não superior a três anos, a Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe é um dos órgãos subsidiários da CEPAL cujo propósito é identificar as necessidades regionais e sub-regionais das mulheres, apresentar recomendações, realizar avaliações periódicas das atividades realizadas em cumprimento dos acordos e planos regionais e internacionais sobre o tema, e proporcionar um fórum de debate.
A conferência anterior foi celebrada em 2010, em Brasília, oportunidade em que se prestou especial atenção à autonomia e ao empoderamento econômico das mulheres. O pensamento do organismo ficou consubstanciado no documento Que tipo de Estado? Que tipo de igualdade? e os acordos da reunião foram resumidos noConsenso de Brasília, que aborda oito áreas de trabalho.
