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XXV Encontro Internacional de Estatísticas de Gênero fortalece alianças para impulsionar políticas de igualdade baseadas em evidências

2 de setembro de 2024|Notícias

A reunião anual promove o diálogo e as alianças entre os Escritórios Nacionais de Estatística, os Mecanismos para o Avanço das Mulheres, os organismos públicos, as organizações da sociedade civil, a academia e as organizações internacionais.

  • Na abertura destacou-se o uso da informação estatística e da inovação para fortalecer a perspectiva de gênero na formulação e implementação de políticas públicas.

Em Aguascalientes, México, começou o XXV Encontro Internacional de Estatísticas de Gênero (EIEG), com o lema “25 anos de alianças para fortalecer as políticas de igualdade baseadas em evidências”. Este evento reúne mais de 170 pessoas de maneira presencial e mais de 300 de maneira virtual, de 18 países, que representam o setor público, a academia e organismos internacionais. A organização está a cargo do Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI) do México, do Instituto Nacional das Mulheres (Inmujeres), do mesmo país, da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres).

Em seus 25 anos de existência, o EIEG, realizado anualmente na sede do INEGI, em Aguascalientes, se transformou em um dos principais fóruns para reflexão, análise e debate sobre o uso e produção de estatísticas com perspectiva de gênero.

Durante a abertura, as titulares das instituições anfitriãs, Graciela Márquez Colín, Presidente do INEGI, Nadine Gasman, Presidente do Inmujeres, Ana Güezmes, Diretora da Divisão de Assuntos de Gênero da CEPAL, e Maria-Noel Vaeza, Diretora Regional de ONU Mulheres para as Américas e o Caribe, destacaram a razão pela qual estes encontros devem ser realizados. A sessão de abertura contou também com a participação de María Teresa Jiménez, Governadora de Aguascalientes.

Graciela Márquez sublinhou que este Encontro é uma instituição firme, mas ao mesmo tempo com muito potencial e futuro. Além disso, assinalou que em 25 anos muitas mulheres da região ocuparam cargos de autoridade e decisão, mas sabemos que podem ser mais; que aumentou o número de especialistas e analistas, mas sabemos que haverá mais; e que se desenvolveu enormemente a capacidade de gerar informações que beneficiem as mulheres, mas sabemos que precisaremos de mais.

Nadine Gasman recordou que na região temos muitos avanços para celebrar nestes 25 anos, pois é um momento histórico, em antecipação da XVI Conferência Regional sobre a Mulher. "As estatísticas são uma forma de ver, de dar voz às demandas do movimento feminista e colocam na mesa estes temas que são invisíveis, que não se viam e que a forma de fazer com que sejam notados é colocar em números. Isto é tão importante para mudar os marcos conceituais e para termos políticas públicas que respondam às necessidades das mulheres", disse.

Ana Güezmes, Diretora da Divisão de Assuntos de Gênero da CEPAL, assinalou: "Nestes 25 anos, o EIEG foi essencial para visibilizar as desigualdades de gênero e romper o silêncio estatístico. No início, somente 6 países mediam o uso do tempo; hoje 23 países têm medições oficiais, 18 informam o indicador ODS sobre trabalho de cuidado não remunerado e 5 incorporaram contas satélites da economia do cuidado. Isto é fundamental para avançar em acordos e padrões na Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe e na Conferência Estatística das Américas. Temos a tarefa conjunta de transformar os dados em informação, a informação em conhecimento e o conhecimento em decisões políticas para um futuro sustentável".

María-Noel Vaeza, Diretora Regional de ONU Mulheres para as Américas e o Caribe, comentou: "Na ONU Mulheres reiteramos nosso compromisso com a geração de dados e análise que permitam visibilizar a realidade atual de mulheres e homens, monitorar o avanço no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e dotar de evidências sólidas as pessoas que tomam as decisões de política pública".

Desde 1999, os Encontros Internacionais de Estatísticas de Gênero no México são uma referência na região ao fomentar o intercâmbio de experiências e a discussão sobre os desafios metodológicos para a inclusão da perspectiva de gênero na produção estatística. Estes encontros trataram de temas cruciais, como a violência de gênero, a pobreza, a desigualdade de gênero, o trabalho não remunerado, o trabalho de cuidado e a autonomia das mulheres.

Em 2007, o EIEG foi institucionalizado e reconhecido pela Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe, o que potencializou seu impacto nas políticas regionais. Ao longo destes 25 anos, o Encontro foi um pilar na construção de parcerias estratégicas: assegurou que a informação estatística seja não só pertinente, mas também um recurso poderoso para a formulação de políticas públicas que impulsionem a igualdade de gênero na região.

Em sua XXV edição, o EIEG não só celebra seu legado, mas também reafirma seu compromisso com o futuro. Desta maneira, se soma à construção da sociedade do cuidado com base em estatísticas sólidas e evidências claras. Ao reconhecer o papel central dos cuidados na sustentabilidade da vida e do planeta, este encontro sublinha a necessidade de continuar o avanço para uma igualdade de gênero sustentável, fundamentada na produção e uso de estatísticas que reflitam a realidade das mulheres. Assim, promove-se a adoção de políticas transformadoras que não só visibilizam as desigualdades, mas também impulsionam mudanças estruturais. Isso fará da igualdade de gênero uma realidade tangível em toda a região, pois integrará as dimensões social, econômica e ambiental do desenvolvimento sustentável.

Até 4 de setembro, as reflexões vão girar em torno da produção estatística sobre as necessidades do cuidado, os avanços metodológicos nas pesquisas do uso do tempo como ferramenta fundamental para evidenciar a contribuição integral das mulheres às economias, medições sobre autonomia econômica das mulheres, os avanços e desafios na medição da violência por razão de gênero e o uso do big data com perspectiva de gênero, entre outros.

Os participantes também abordarão a perspectiva de gênero e a inovação na geração de indicadores para monitoramento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e da Agenda Regional de Gênero.

No âmbito do 25º aniversário do EIEG, como parte dos esforços para humanizar a informação estatística, será implementada pela primeira vez a maratona de edição "Gênero e Trabalho". Neste projeto, no qual colaboram Wikimedia México e a Universidade Autônoma de Aguascalientes, estudantes e professores editarão cerca de 30 artigos de Wikipedia para acrescentar dados sobre a participação das mulheres no mercado formal, trabalho no lar e atividades de cuidado, entre outros temas relacionados.

As instituições organizadoras convidam todas as pessoas para unir-se ao diálogo aberto sobre a geração de informação estatística que sustente políticas públicas para avançar na igualdade de gênero.

As gravações das atividades podem ser consultadas no site do Encontro: https://www.inegi.org.mx/eventos/2024/genero/  e no canal de YouTube INEGI Informa . Os temas de discussão incluem: a sociedade do cuidado, as pesquisas de uso do tempo, a integração e fortalecimento de sistemas de cuidados, a autonomia econômica das mulheres, a resposta à violência de gênero, inovação nas estatísticas de gênero e monitoramento do avanço para a igualdade de gênero através dos indicadores dos ODS.