Descrição
As estatísticas de comércio exterior e as estatísticas de produção industrial são computadas e divulgadas por agências governamentais distintas (Secretaria de Comércio Exterior – Secex e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE). Os fluxos de comércio exterior e produção são integrados anualmente, de forma agregada, pelo Sistema de Contas Nacionais do IBGE e apenas quinquenalmente, em nível setorial, nas matrizes de insumo produto (MIPs). Existem estatísticas derivadas dessas fontes que compatibilizam, com alguns problemas, as informações computadas segundo as classificações do comércio internacional e as classificações de atividades econômicas. Tais compatibilizações permitem que estudos específicos articulem, por meio de tabulações especiais, variáveis provenientes daquelas duas estatísticas. Esses estudos se defrontam, no entanto, com alguns limites. Por exemplo, o fato de os fluxos de comércio exterior e da produção industrial serem computados por instituições diferentes, ambas ciosas da preservação do sigilo estatístico, inviabiliza, na prática, que esses fluxos sejam contrapostos em nível de empresa. Além disso, há dificuldades em determinar regularmente o volume de insumos importados por setores industriais específicos. As matrizes de insumo produto do IBGE apresentam esses resultados quinquenalmente. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulga, com certa regularidade, resultados anuais de estimativas de coeficientes de insumos industriais importados, calculadas pela Funcex a partir dos resultados das últimas MIPs e das séries anuais de importações e de produção da Secex e do IBGE.
Este trabalho pretende responder a essas questões, utilizando a base de dados das estatísticas industriais brasileiras, com o objetivo de gerar novos resultados relativos à participação dos insumos importados na produção das empresas industriais brasileiras, detalhando esses resultados por setores e contemplando a diferenciação intrassetorial do desempenho dessas empresas.