Op-ed
Em Guayaguayare, Trinidad e Tobago, efetuou-se na sexta-feira, 25 de novembro, o seminário “Rompiendo el silencio sobre la violencia contra las mulheres y niñas en zonas rurales”, organizado conjuntamente pela Sede Sub-Regional para o Caribe da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e Grassroots Organisations Operating Together in Sisterhood in Trinidad and Tobago (GROOTS T&T), em colaboração com a Fundação TOCO.
A violência contra mulheres e meninas é uma manifestação das relações de poder historicamente desiguais entre homens e mulheres, que tem levado ao domínio masculino sobre estas e à sua discriminação e impedido seu pleno desenvolvimento e o desfrute de todos seus direitos humanos ao longo de suas vidas.
De acordo com ONU Mulheres, 35% das mulheres e meninas de todo o mundo sofreram alguma forma de violência física ou sexual, inclusive por parte de seu companheiro sentimental, em algum momento de sua vida[1]. Em nível regional, os dados mais recentes do Observatório da Igualdade de Gênero da CEPAL mostram que dos oito países que dispõem de cifras[2] a taxa mais alta se registra em Suriname (2,6 de cada 100.000 mulheres), o único país que dispõe de dados sobre feminicídio ampliado. Apesar dos esforços realizados, espera-se que no curto prazo os países do Caribe possam aprimorar seus registros administrativos de violência contra a mulher e subministrar em breve dados desagregados sobre este fenômeno e suas características[3].
O seminário em Guayaguayare foi uma oportunidade para que o pessoal da Sede Sub-Regional para o Caribe da CEPAL e outros membros do sistema da Organização das Nações Unidas em Trinidad e Tobago escutassem as inquietações das mulheres e meninas das zonas rurais sobre os desafios que enfrentam para exercer e desfrutar plenamente de toda a gama de direitos humanos. No seminário se expuseram distintos aspectos da violência doméstica a que se veem submetidas mulheres e meninas, bem como outras formas de violência contra elas, e se apresentaram palestras de distintos atores comunitários, locais, governamentais e das Nações Unidas.
O Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres presta homenagem às três irmãs Mirabal, ativistas políticas na República Dominicana, assassinadas por ordem do governante deste país, Rafael Trujillo. Devido a este evento, desde 1999, ficou estabelecida como data de observação, no calendário da Organização das Nações Unidas.
[1] ://www.unwomen.org/es/what-we-do/ending-violence-against-women/facts-and-fi....
[2] Barbados, Dominica, Granada, Jamaica, Sāo Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, Suriname e Trinidad e Tobago, citado em CEPAL, “Autonomía de las mujeres e igualdad en la agenda de desarrollo sostenible”, páginas 114-115. ://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/40633/S1600900_es.pdf.
[3] CEPAL, “Autonomía de las mujeres e igualdad en la agenda de desarrollo sostenible”, páginas 114-116. ://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/40633/S1600900_es.pdf.