Comunicado de imprensa
(21 de junho de 2012) "A região necessita entrar na terceira revolução industrial para superar a desigualdade além da pobreza. Para isso são cruciais as políticas industriais, uma macroeconomia em sintonia com o esforço da industrialização com sustentabilidade ambiental e políticas de proteção social e do mercado de trabalho", afirmou hoje Alicia Bárcena, Secretária Executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), durante um evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
"A integração dos pilares econômicos, sociais e ambientais do desenvolvimento sustentável foi reconhecido, inclusive na Cúpula da Terra no Rio em 1992, como um fator fundamental para alcançar uma agenda equilibrada de desenvolvimento. Enretanto, a aplicação do conceito na prática demonstrou ser um desafio", acrescentou.
Bárcena participou do evento intitulado Perspectivas regionais de crescimento verde e desenvolvimento sustentável, organizado pelas cinco Comissões Econômicas Regionais das Nações Unidas, onde os participantes analisaram os desafios e as oportunidades para a efetiva aplicação de um enfoque integrado do desenvolvimento sustentável.
Como convidados especiais assistiram o Presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, o Primeiro-Ministro do Líbano, Najib Mikati, o Vice-Primeiro-Ministro da Moldávia, Mihai Moldovanu, e o Ministro do Ambiente, Energia e Telecomunicações de Costa Rica, René Castro, que compartilharam suas visões sobre as oportunidades e os desafios para a integração das três dimensões do desenvolvimento sustentável, a partir da perspectiva de seus próprios países.
René Castro referiu-se à decisão de seu país de fazer do manejo sustentável da biodiversidade e da paisagem uma fonte adicional de recursos e a aliança com países da Ásia-Pacífico, como a Indonésia, para potencializar o manejo dos recursos naturais renováveis. Ao mesmo teempo reconheceu que há desafios como o saneamento hídrico e a urgente necessidade de acelerar a formação de profissionais capazes de aproveitar as oportunidades da mudança de paradigma, especialmente na área de engenharia.
Os Secretários Executivos das Comissões Econômicas para a África (ECA), da América Latina e Caribe (CEPAL), Ásia Ocidental (ESCWA), Ásia e Pacífico (ESCAP) e Europa (ECE), apresentaram exemplos de boas práticas na implementação de políticas públicas e programas que conseguiram promover um enfoque integrado de desenvolvimento sustentável no âmbito regional.
Os altos funcionários enfatizaram a importância da dimensão regional como um vínculo fundamental para a formulação de uma resposta eficaz e coordenada a problemas econômicos, sociais e ambientais transfronteiriços.
Alicia Bárcena advertiu que "a integração dos pilares econômicos, sociais e ambientais do desenvolvimento sustentável implica na execução de ações coordenadas e complementares nos diferentes setores que se traduzam no crescimento econômico e na consecução dos objetivos sociais, sem colocar em risco os recursos limitados do planeta".
A região da América Latina e do Caribe caracteriza-se por uma abundante reserva de recursos naturais que, segundo estatísticas da CEPAL, incluem um terço das reservas mundiais de água, 12% da terra cultivável na região, 13% da produção mundial de petróleo, 49% das reservas mundiais de prata e 48% da produção mundial de soja.
Enretanto, apesar de contar com recursos naturais, estabilidade macroeconômica e ser a América Latina e o Caribe exportadores de êxito de suas matérias-primas, ainda não conseguiram traduzir esses ganhos em um desenvolvimento mais equitativo e sustentável, assegurou a Secretária Executiva da CEPAL.
Bárcena considerou a importância de avançar para uma melhor governança dos recursos naturais. Governança entendida como a apropriação e distribuição dos rendimentos crescentes da exploração desses recursos para maximizar sua contribuição à inovação, à mudança estrutural, à proteção social e reduzir ao mínimo as externalidades negativas.
Os mecanismos e estratégias para consegui-lo requerem políticas públicas que envolvem reformas regulatórias e fiscais, assim como planejamento estratégico e gestão e administração dos conflitos ambientais, acrescentou.
Bárcena enfatizou que para a região é necessário reverter a tendência para as economias que dependem enormemente das exportações primárias e garantir a criação de políticas que invistam em conhecimento, infraestrutura e tecnologia. Alertou também sobre o risco de reprimarização em função da concentração de exportações de commodities.
Durante a Conferência Rio+20 a Secretária Executiva da CEPAL participou em uma série de atividades como a apresentação do informe A sustentabilidade do desenvolvimento 20 anos após a Cúpula da Terra: Avanços, brechas e diretrizes estratégicas para a América Latina e o Caribe , em um evento paralelo organizado pelo Centro de Pensamento Ambiental com sede em Washington D.C., pelo Instituto de Recursos Mundiais (WRI), e no lançamento de um documento conjunto elaborado com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), do Brasil, entre outros.
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