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Novo relatório aponta caminhos para uma recuperação transformadora com sustentabilidade e igualdade de gênero no Brasil

30 de junho de 2021|Notícias

O Escritório da CEPAL no Brasil, a ONU Mulheres Brasil e a FES-Brasil lançaram publicação inédita sobre caminhos para enfrentar as mudanças climáticas e as desigualdades de gênero no Brasil.

No dia 30 de março de 2021, o Escritório da CEPAL no Brasil, a ONU Mulheres Brasil e a Fundação Friedrich Ebert Stiftung (FES-Brasil), realizaram a live “A dimensão de gênero e o Grande Impulso para a Sustentabilidade no Brasil”. Com a mediação de Nátaly Neri (Cientista Social e YouTuber), o evento contou a participação de Margarita Olivera (Professora do Instituto de Economia da UFRJ e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas de Economia e Feminismos, NuEFem/IE/UFRJ), Maria Gabriela Podcameni (Professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro, IFRJ, e pesquisadora da RedeSist/UFRJ), Darlly Tupinambá (Indígena do Povo Tupinambá e Articuladora Nacional do Engajamundo), Rayanne Máximo (Indígena do Povo Baré e Membro da Rede de Juventude Indígena), Natália Chaves (Co-fundadora da Rede Brasileira de Mulheres na Energia Solar), Camila Gramkow (Oficial de Assuntos Econômicos do Escritório da CEPAL no Brasil) e Vanessa Sampaio (Gerente de Empoderamento Econômico da ONU Mulheres Brasil).

A live, que já conta com mais de 7 mil visualizações, teve como objetivo lançar o relatório “A dimensão de gênero no Big Push para a Sustentabilidade no Brasil: as mulheres no contexto da transformação social e ecológica da economia brasileira”, elaborado pelas pesquisadoras Margarita Olivera, Maria Gabriela Podcameni, Maria Cecília Lustosa (Professora do Profinit e Pesquisadora da Redesist/UFRJ) e Letícia Graça (Pesquisadora do (NuEFem/IE/UFRJ) e coordenado por Camila Gramkow.

O relatório discute a dimensão de gênero no contexto dos investimentos transformadores para a igualdade e a sustentabilidade no âmbito da abordagem do Grande Impulso (Big Push) para a Sustentabilidade. Baseado em evidências, são oferecidos subsídios para a formulação de uma estratégia de recuperação com igualdade e sustentabilidade que promova, a partir de investimentos sustentáveis, oportunidades de emprego e renda para as mulheres, consideradas na sua diversidade; e de melhoria da disponibilidade e da qualidade de serviços de cuidado, liberando o tempo delas e contribuindo para sua autonomia econômica. Adota-se a perspectiva da interseccionalidade, considerando a disponibilidade de informações e dados, a relevância da questão racial nessa realidade e a diversidade das mulheres (negras, indígenas, quilombolas, periféricas).

Para Carlos Mussi, Diretor do Escritório da CEPAL no Brasil, é possível construir um novo futuro a partir de um Grande Impulso rumo à sustentabilidade e à igualdade de gênero. “É preciso construir novos pactos econômicos, fiscais e políticos. Não podemos ter uma retomada que aumente a pobreza e a desigualdade, que piore a sobrecarga de trabalho das mulheres ou que agrave ainda mais a emergência climática. Precisamos de uma nova geração de políticas que tenham a sustentabilidade e a igualdade no centro, criando condições para que os investimentos sustentáveis aconteçam com a escala necessária e com a rapidez necessária para uma recuperação transformadora com sustentabilidade e igualdade de fato”, destacou.

“O tema não se esgota nesse documento, é preciso construir uma agenda de debates e estudos a partir de uma perspectiva da interseccionalidade dos direitos humanos das mulheres nos seus mais diversos contextos e realidades no âmbito do enfrentamento às mudanças climáticas”, explicou a representante da ONU Mulheres no Brasil, Anastasia Divinskaya.

Para a diretora de programas da Fundação Friedrich Ebert Brasil, Waldeli Melleiro, os eventos extremos como a pandemia e as mudanças climáticas aprofundam as já existentes desigualdades raciais e de gênero. “Para alterar essa inserção desigual e promover uma transformação social, é necessária a adoção de políticas e investimentos com foco explícito nas mulheres nos diversos setores: em infraestrutura, no trabalho, nos empregos verdes, na saúde e na organização social do trabalho de cuidados. Adotar a transversalidade de gênero é urgente e essencial e, para a Fundação Friedrich Ebert, a democracia só é possível se houver justiça de gênero”, ressaltou.