Comunicado de imprensa
Para alcançar as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é preciso fechar as lacunas estruturais que perpetuam o baixo crescimento e a desigualdade na região, disse Hugo Beteta, diretor da sede sub-regional no México da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
Ao abrir o seminário internacional “Lacunas de desigualdade no México, América Central e Caribe”, Beteta indicou que a CEPAL e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) propuseram criar uma agenda regional sobre uma nova ruralidade que contempla duas narrativas: uma sobre a nova ruralidade e outra sobre as lacunas estruturais.
As mudanças na definição da ruralidade em seus aspectos demográficos, tecnológicos, de inserção na globalização, de produção e nos riscos da mudança climática não foram suficientemente consideradas nas políticas públicas dos países que, na sua maioria, continuam vendo a urbanização e a industrialização como as únicas vias para alcançar o desenvolvimento; o projeto CEPAL-FIDA aposta em ver o meio rural como uma via de desenvolvimento inovadora para os territórios.
Uma segunda narrativa tem a ver com a ideia de que, ao alcançar um PIB per capita de países de renda média, as nações devem passar da assistência para o desenvolvimento, sem considerar que 72% dos pobres do mundo vivem em países de renda média.
“Mesmo que o crescimento do PIB per capita cresça, a desigualdade não desaparecerá se não forem abordadas as lacunas estruturais que impedem o cumprimento da Agenda 2030”, indicou Beteta. “Priorizar o crescimento sem abordar a desigualdade não permitirá alcançar as metas”.
A Ministra do Planejamento Nacional e Política Econômica da Costa Rica, Laura Fernández, disse que o governo formulou políticas públicas que garantem oportunidades para todas as pessoas, reconhecendo que, para reduzir a desigualdade, é necessária uma distribuição mais equitativa dos recursos com uma perspectiva transversal de gênero, reduzindo as lacunas de desenvolvimento territorial.
Reconhecemos que os ODS nos dão um marco sólido e que alcançá-los implica o trabalho conjunto de todas as instituições nacionais, junto com as contribuições de organismos como a CEPAL que é um “viveiro de conhecimento maravilhoso que temos que aproveitar e para conhecer suas boas práticas”, afirmou a Ministra.
Seidy Álvarez, Presidente da mesa diretora da Junta de Pensões e Aposentadorias do Magistério Nacional (JUPEMA) da Costa Rica explicou que a pandemia de COVID-19 acentuou e desnudou a realidade que as populações mais vulneráveis enfrentam e enumerou os desafios enfrentados pelo país em educação, lacuna digital, envelhecimento acelerado da população, desenvolvimento territorial desigual e situação de desvantagem das mulheres, população indígena e população migrante.
“Isto nos leva a refletir e deixar claro que as políticas públicas estabelecidas devem contemplar a diversidade e complexidade dos desafios, devem estabelecer soluções diferenciadas para a realidade de cada território e suas necessidades para que realmente possamos falar de um fechamento de lacunas efetivo”, disse Álvarez.
O seminário internacional “Lacunas de desigualdade no México, América Central e Caribe” analisou os seguintes temas: Lacunas de desigualdade na América Central, México e Caribe; Pobreza e desigualdade de renda; Bem-estar e lacunas de proteção social; Lacunas rurais de desigualdade; Lacunas de inovação e sustentabilidade; Lacunas de investimento e produtividade; e Dados para medir as lacunas de desigualdade.
Participaram no evento acadêmicos, pesquisadores e funcionários públicos da região.