O Trigésimo sétimo Período de Sessões da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) foi inaugurado hoje em Havana, Cuba, com um chamamento para intensificar o combate contra a desigualdade e para aumentar o trabalho para a erradicação da pobreza.
A reunião bienal mais importante da Comissão Regional, foi inaugurada por Miguel Díaz-Canel, Presidente de Cuba, Antonio Gutérres, Secretário-Geral da ONU, Alicia Bárcena, Secretária-Executiva da CEPAL, e Francisco Guzmán, Chefe de gabinete da presidência do México.
Em seu discurso de abertura, o Presidente Miguel Díaz-Canel pediu para “avançar na integração regional e no desenvolvimento com igualdade que nos convidam a reverter a pirâmide em que, nos principais países da região, 1% mais rico da população se apropria de uma enorme parte das riquezas”.
Acrescentou que “a proclamação da América Latina e do Caribe como uma zona de paz traça uma rota indispensável: Sabemos que não haverá desenvolvimento sem paz, nem paz sem desenvolvimento”.
Durante a cerimônia, o presidente assumiu oficialmente em nome de Cuba a presidência “pro tempore” da Comissão Regional pelos próximos dois anos.
“Assumimos essa tarefa com um grande compromisso e consciência dos desafios que enfrentamos, focados em continuar promovendo a cooperação entre os países da região e a materialização da Agenda 2030”, afirmou.
Complementou que Cuba “colocará seus esforços em apoiar a vocação da CEPAL de impulsionar um mundo justo, igualitário e inclusivo que reconheça as pessoas como elementos centrais do desenvolvimento sustentável”.
António Guterres, Secretário-Geral da ONU, destacou que, por meio de pesquisas sólidas e análises rigorosas, “a CEPAL tem sido o paladino progressista e a voz autorizada da justiça social na economia mundial. Tem promovido com perseverança e coragem uma visão do desenvolvimento que considera a igualdade como o motor impulsionador do crescimento”.
Considerou que, setenta anos após a sua fundação, “a CEPAL continua presente onde sempre esteve: na primeira linha dos esforços para impulsionar uma globalização igualitária, apresentando políticas de base empírica, análises técnicas e conhecimentos direcionados a forjar uma transformação econômica estrutural progressista”.
“Essa visão e esse enfoque são hoje mais necessários do que nunca. Conhecemos os desafios que o nosso mundo enfrenta. A globalização tem trazido numerosos benefícios. Porém, há muitas pessoas que têm ficado para trás”, declarou.
O representante da ONU sublinhou que “a história da CEPAL é a história da luta pela justiça econômica e social dentro e fora da região. É uma história que nos faz recordar que nunca devemos desistir”.
“Comprometemo-nos a continuar criando, a continuar trabalhando e a continuar lutando por uma globalização igualitária que não deixe ninguém para trás”, concluiu.
Por sua parte, o Chefe de gabinete da presidência do México, Francisco Guzmán, destacou que a CEPAL é “o principal mecanismo da ONU para promover o desenvolvimento da América Latina e do Caribe” e destacou que, em sete décadas, o organismo passou a ser “o espaço mais construtivo para dialogar sobre nossos desafios e aproveitar as oportunidades em nossa região”.
“Desde sua origem, a CEPAL estabeleceu as bases de nossa agenda comum e tem promovido o desenvolvimento econômico e social da América Latina e do Caribe a partir de três valores que, embora sejam sempre importantes, adquirem maior relevância em tempos de tensão e incerteza global, me refiro à unidade, à solidariedade e à fraternidade”, afirmou.
“A CEPAL tem sido um forte apoio para nossas nações em nosso caminho em direção a melhores horizontes de prosperidade”, afirmou o representante do México, país que hoje entregou a presidência “pro tempore” do organismo à Cuba.
“O México é uma nação orgulhosamente latino-americana e caribenha, por isso, foi uma honra conduzir a presidência da CEPAL. Trabalhamos com a convicção de que unidos teremos mais oportunidade de avançar rumo ao Desenvolvimento Sustentável”, considerou.
A Secretária-Executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, entretanto, destacou que “a desigualdade não somente é injusta mas que é ineficiente e insustentável, porque gera e sustenta instituições que não promovem a produtividade nem a inovação, ao premiar ou castigar o pertencimento de classe, etnia, ou gênero; e porque gera uma cultura de privilégio que reforça essas desigualdades, as incorpora às relações sociais como algo aceitável e natural e as reproduz no tempo”, afirmou a alta funcionária da ONU.
Acrescentou que no organismo que dirige “propomos um caminho para passar da cultura do privilégio para a cultura da igualdade porque a cultura do privilégio naturaliza hierarquias sociais e culturais e o consequente acesso ao capital produtivo simbólico ou material”.
“A CEPAL reforça hoje a sua convicção e o seu compromisso de propor agendas que façam uma leitura precisa, baseada em evidência e dados. Que repare com atenção o complexo presente que enfrentamos”, sublinhou a representante da Comissão Regional.
O Período de Sessões da CEPAL está sendo assistido por mais de 25 ministros, vice-ministros e outras autoridades de mais de 20 países da região, e representantes dos 46 países-membros e 13 membros associados da CEPAL.
Nesse espaço de debate regional estão sendo discutidos os assuntos econômicos, sociais e ambientais mais relevantes para os países da América Latina e do Caribe e é onde se aprova o programa de trabalho da Comissão para o biênio seguinte.
Na quarta-feira, 9 será realizada uma reunião informativa sobre o Acordo Regional sobre o Acesso à Informação, à Participação Pública e o Acesso à Justiça em Assuntos Ambientais e será abordada a promoção de um compromisso mais profundo do Caribe com a América Latina para encontrar oportunidades de crescimento e desenvolvimento sustentável.
Também, será realizado um Painel sobre os desafios dos países de renda média diante da Segunda Conferência de Alto Nivel das Nações Unidas sobre a Cooperação Sul-Sul.
Na quinta-feira, 10, Alicia Bárcena apresentará oficialmente o documento A Ineficiencia da Desigualdade que enfatiza que as políticas em favor da igualdade não somente produzem efeitos positivos em termos de bem-estar social, mas também, contribuem para gerar um sistema econômico mais favorável para a aprendizagem, a inovação, o aumento da produtividade e a proteção ambiental.
Na cerimônia de encerramento, que será realizada na sexta-feira, 11 após um Diálogo de Chanceleres e Altas autoridades da América Latina e do Caribe, serão divulgadas as resoluções do Encontro.
O programa completo do Trigésimo sétimo Período de Sessões da CEPAL, assim como informações gerais da reunião, estão disponíveis no site: https://periododesesiones.cepal.org/37/es .
Todos os detalhes da reunião podem ser acompanhados pelas redes sociais com as hashtags #igualdadALC e #equalityLAC.
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