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Autoridades reafirmam seu compromisso com a incorporação da perspectiva de gênero na produção estatística e pedem para romper o silêncio estatístico para alcançar a justiça social

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25 de novembro de 2021|Comunicado de imprensa

A 11ª Reunião da Conferência Estatística das Américas da CEPAL terminou hoje com um apelo para fortalecer a difusão de conhecimentos e a cooperação horizontal.

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Panel de clausura de la reunión.
Foto: CEPAL.

Autoridades dos países da América Latina e do Caribe reafirmaram hoje seu compromisso com a incorporação da perspectiva de gênero na produção estatística e pedem para romper o silêncio estatístico para alcançar a justiça social, durante o encerramento da 11ª Reunião da Conferência Estatística das Américas (CEA) da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).

O encontro, que ocorreu de forma híbrida -virtual e presencial-, reuniu representantes de 33 Estados-membros da CEPAL e 7 membros associados, além de delegados de organismos internacionais e do Sistema das Nações Unidas na região, que destacaram o trabalho realizado pelos Institutos Nacionais de Estatística nos últimos dois anos, apesar do contexto adverso que a pandemia da COVID-19 tem representado.

O encerramento da reunião intergovernamental foi conduzido por Alicia Bárcena, Secretária-Executiva da CEPAL; Marco Lavagna, Diretor-Geral do Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC) da Argentina, na qualidade de novo Presidente da Conferência Estatística das Américas; e Juan Daniel Oviedo, Diretor-Geral do Departamento Administrativo Nacional de Estatística (DANE) da Colômbia e Presidente da CEA.

“A comunidade estatística da região está mais forte e ativa do que nunca”, afirmou Alicia Bárcena durante sua intervenção, em que ressaltou que “a confiança é o principal ativo das estatísticas e todo esforço destinado para aumentá-la e fortalecê-la é essencial”.

Durante seu discurso, a alta funcionária das Nações Unidas reconheceu o caráter inovador da Conferência Estatística das Américas, “exemplo e inspiração para o âmbito global por seu compromisso renovado de 'não deixar ninguém para trás' e de incorporar no realizar de seus trabalhos a perspectiva de gênero”.

A Secretária-Executiva da CEPAL destacou os avanços da CEA no trabalho conjunto para desenvolver ferramentas e critérios para avaliar e melhorar a qualidade das fontes de informação e considerou a importância de avançar no desenvolvimento das contas ecossistêmicas.

Mencionou também o trabalho colaborativo com o restante do Sistema das Nações Unidas que opera na região para uma melhor coordenação das atividades de cooperação e assistência técnica estatística relacionadas com os indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Da mesma forma, e coincidindo com a comemoração do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, que é comemorado no dia 25 de novembro, Alicia Bárcena alertou que na América Latina e no Caribe não se pode falar de justiça e igualdade sem abordar a grande pandemia que tem permanecido por muitos anos nas sombras: a violência por razões de gênero contra as mulheres e sua forma mais extrema, o feminicídio.

Ressaltou que as estatísticas atuais sobre o feminicídio ainda carecem de maior normalização, portanto, investir em sua melhora é um imperativo que atende ao dever de devida diligência dos Estados. Esse processo, que possibilitará que os Estados e as sociedades contem com evidência sólida, sistemática e de qualidade, permitirá fortalecer de forma integral a abordagem de uma das mais graves violações dos direitos humanos na região, acrescentou.

“Nossa mensagem é contundente: a violência contra as mulheres, sem importar o lugar em que ocorra, é inaceitável. Temos que romper esse silêncio estatístico que torna tão elusiva a justiça social”, concluiu.

Marco Lavagna, Diretor do INDEC da Argentina, por sua vez, destacou a importância da Conferência Estatística das Américas e o crescimento que tem tido como plataforma para a comunidade estatística da América Latina e do Caribe.

“Temos muito para contribuir e nos ajudar. Os problemas que acontecem em um país acontecem em outros. Podemos aprender com os nossos erros e virtudes, e esse é um dos principais desafios, que a comunidade estatística da região continue crescendo. Esse é o meu compromisso”, enfatizou.

Juan Daniel Oviedo, Diretor-Geral do DANE da Colômbia, entretanto, considerou que uma das lições deixadas pela pandemia é que as estatísticas são uma voz que, de forma neutra, empoderam conversas e debates e ilustram as políticas públicas que são tão necessárias para os países da região.

“Dentro da CEPAL, há uma oportunidade para que possamos, por meio de diálogos interdisciplinares, produzir as estatísticas oficiais mais pertinentes e reconhecedoras desse motor de equidade que devemos promover como sociedades na América Latina e no Caribe”, afirmou.

No encerramento da reunião, os países participantes da 11ª Primeira Reunião da Conferência Estatística das Américas aprovaram um projeto de resolução no qual, entre outros, reafirmam seu compromisso com a incorporação da perspectiva de gênero na produção estatística e destacaram os avanços recentes no fortalecimento e modernização dos marcos legais para a produção de estatísticas oficiais nos países da região.

Da mesma forma, instaram a fortalecer a difusão de conhecimentos e a cooperação horizontal por meio da Rede de Transmissão do Conhecimento e exortaram os Estados-membros da Conferência a respaldar o correto desenvolvimento dos censos populacionais e habitacionais da Rodada 2020, tanto mediante a implementação de recomendações e padrões internacionais sobre o assunto, como mediante a adequada mobilização de recursos financeiros necessários para sua realização.

O Comitê Executivo da CEA para o biênio 2022-2023 ficou composto pela Argentina na Presidência, juntamente com o Canadá, Colômbia, Granada, Itália, Jamaica e República Dominicana.