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América Latina e Caribe crescerão 6% em 2010 graças à recuperação econômica

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27 de janeiro de 2011|Comunicado de imprensa

Incertezas em nível internacional fazem prever que a expansão regional em 2011 se reduzirá para 4,2%.

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La presentación tuvo lugar en la sala Celso Furtado de la sede de la CEPAL en Chile.
La presentación tuvo lugar en la sala Celso Furtado de la sede de la CEPAL en Chile.
Foto: Carlos Vera/CEPAL

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(13 de dezembro, 2010) Depois de uma queda de 1,9% em 2009, a América Latina e o Caribe crescerão 6% em 2010 graças à recuperação econômica apresentada pela maioria dos países da Região, segundo o Relatório anual divulgado hoje pela CEPAL.O Balance preliminar de las economías de América Latina y el Caribe 2010, apresentado por Alicia Bárcena, Secretária-Executiva desta Comissão Regional das Nações Unidas, assinala que as medidas anticíclicas adotadas por vários países após a crise financeira internacional impactaram positivamente o crescimento das economias, o que permite prever um aumento de 4,8% do produto interno bruto (PIB) por habitante para este ano.

A consolidação desse aumento também repercutiu favoravelmente sobre o emprego regional, fazendo com que a taxa de desemprego diminuísse para cerca de 7,6%, frente aos 8,2% registrados em 2009, e melhorou a qualidade dos postos de trabalho gerados.

No entanto, houve um pequeno aumento da inflação, que passou de 4,7% em 2009 para uma estimativa de 6,2% em 2010, fundamentalmente pelo comportamento dos preços internacionais de alguns produtos básicos.

Ainda que o crescimento dos países da Região tenha sido heterogêneo, a maioria apresentou cifras positivas em 2010. Enquanto a América do Sul crescerá 6,6%, espera-se que o PIB registre um aumento de 4,9% no México e na América Central e de 0,5% nos países do Caribe de língua inglesa e holandesa.

Paraguai será o país que mais crescerá (9,7%), seguido pelo Uruguai (9%), Peru (8,6%) e Argentina (8,4%).  O Brasil crescerá 7,7%, enquanto o México e o Chile crescerão 5,3%.

Por outro lado, o Haiti e a Venezuela registrariam quedas de seu PIB em 2010, de -7% e -1,6%, respectivamente.

A partir do segundo semestre de 2010, diversos fatores geraram um cenário menos otimista na economia internacional que somado a um menor impulso sobre a demanda proveniente das políticas públicas e à diminuição da capacidade produtiva ociosa preveem um menor crescimento da Região em 2011, de 4,2% (cerca de 3% de aumento do PIB por habitante).

O ambiente externo mantém altos níveis de incerteza sobre a solidez da recuperação das economias desenvolvidas, especialmente das européias. A isto se soma o aumento da força relativa dos países emergentes, especialmente os da América Latina e do Caribe, o que tem gerado um maior fluxo de capitais em direção à Região e as valorizações de suas moedas.

No curto prazo, a maior entrada de capitais poderia repercutir negativamente sobre as contas externas, mas não representaria um perigo para o crescimento. No entanto, no longo prazo, os efeitos podem ser sumamente negativos, tal como mostra a história da Região. A elevada liquidez mundial pressionaria para a queda das taxas de câmbio real e, ao mesmo tempo, para o aumento dos preços dos produtos básicos, o que pode gerar a deterioração das contas externas e incentivar una excessiva especialização na produção e exportação de bens primários. Com isto, a Região seria mais vulnerável a choques provenientes do exterior.

Em seu relatório, a CEPAL adverte que as medidas que os países possam adotar para regular a entrada de capitais de curto prazo devem ser complementadas com uma estratégia anticíclica, abrangendo tanto a área fiscal como a financeira, com o fim de diminuir as pressões sobre a demanda interna e impedir um aumento excessivo do crédito.

Entretanto, acrescenta que para ter êxito é imprescindível uma maior coordenação a nível internacional com a finalidade de reduzir os desequilíbrios globais.

"O grande desafio da Região é reconstruir sua capacidade para realizar ações anticíclicas e criar condições para um desenvolvimento produtivo que não se baseie somente na exportação de produtos básicos", observou Alicia Bárcena.

O relatório indica que após a deterioração observada em 2009, produto da crise, os países da Região estão lentamente recompondo suas contas públicas, basicamente através de uma melhora em suas receitas fiscais. Nos governos centrais, o desempenho fiscal da América Latina alcançou ao fechar o ano de 2010 um déficit primário de 0,5% do PIB em média simples, em comparação com um déficit de 1,1% para 2009. Considerando o resultado global (ou seja, incluindo o pagamento dos juros da dívida pública), este passa de um déficit de 2,9% para um déficit de 2,3% do PIB.

Para 2011 estima-se que as contas fiscais apresentariam uma nova melhora, com um déficit primário de 0,2% do PIB e um déficit global de 2% do PIB.

O relatório assinala também que para aumentar a capacidade de crescer, as economias da Região devem investir mais.  Apesar dos avanços, a Região da América Latina e do Caribe ainda está distante dos níveis de investimento da década de 1970. 

O Balance preliminar de las economías de América Latina y el Caribe 2010 está disponível no sítio Internet da CEPAL.

 Para consultas, contactar a Unidade de Informação Pública e Internet da CEPAL.
Correio eletrônico: dpisantiago@cepal.org ; telefone: (56 2) 210 2040.