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A indústria manufatureira continua sendo decisiva nos processos de desenvolvimento da região, diz a CEPAL

14 de dezembro de 2017|Notícias

Um novo livro publicado pelo organismo regional das Nações Unidas procura contribuir para a reflexão sobre a política industrial da Argentina e estimular o debate sobre o tema nos outros países da América Latina e do Caribe.

De que falamos quando falamos de mudança estrutural? De que falamos quando falamos de política industrial? São as duas primeiras perguntas que a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) das Nações Unidas tenta responder no recém-lançado livro Manufatura e mudança estrutural. Contribuições para pensar a política industrial na Argentina.

O texto de 336 páginas descreve as principais restrições que a indústria manufatureira argentina enfrentou nas últimas décadas, analisa o alcance e a eficácia das políticas industriais implementadas neste país sul-americano e examina algumas de suas atividades de maior complexidade relativa: o setor produtor de bens de capital, o biofarmacêutico e o de software.

“Ao longo dos capítulos reunidos neste livro procura-se contribuir para a reflexão e a formulação das políticas industriais e tecnológicas na Argentina sob uma perspectiva estruturalista-schumpeteriana, em conformidade com a tradição e os trabalhos mais recentes da CEPAL”, explicam os editores do documento: Martín Abeles, Diretor do Escritório da Comissão em Buenos Aires, Mario Cimoli, Diretor da Divisão de Desenvolvimento Produtivo e Empresarial, e Pablo Lavarello, Pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (CONICET) da Argentina.

De acordo com o estudo, o setor manufatureiro continuou sendo uma das principais fontes de expansão da economia mundial nas últimas décadas, apesar do avanço dos serviços, em particular da economia digital.

Trata-se do setor que gera a maior parte do investimento mundial em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, que tem os maiores encadeamentos produtivos e capacidades de geração de emprego indireto e que, com base em suas próprias necessidades de fornecimento, promove o desenvolvimento de novas tecnologias aplicadas a processos e produtos que todas as atividades produtivas podem aproveitar.

Neste contexto, a incorporação crescente de tecnologias digitais, que permitiu, por exemplo, o desenvolvimento da Internet industrial, manifesta a importância da indústria manufatureira no impulso do progresso técnico e no aumento da produtividade geral das economias.

O livro lançado pela CEPAL recolhe contribuições do seminário realizado em outubro de 2014 no Escritório da CEPAL em Buenos Aires, “Estrutura Produtiva na Argentina: Evolução Recente e Perspectivas”. Participaram do evento boa parte da comunidade acadêmica da Argentina e funcionários da CEPAL (ver nota relacionada).

“Com sua publicação, esperamos estimular um debate mais profundo acerca do papel específico das políticas industriais, não só na Argentina, mas também em outros países da região”, assinala no prólogo Alicia Bárcena, Secretária Executiva da CEPAL, acrescentando que a Comissão “considera que a indústria manufatureira continua sendo decisiva nos processos de desenvolvimento dos países da região”.