Comunicado de imprensa
Os países caribenhos enfrentam vulnerabilidades que incluem a alta exposição ao impacto devastador da mudança climática e de desastres naturais. Ao mesmo tempo, seu alto nível de endividamento e graves problemas estruturais e fiscais limitam sua capacidade de investir de maneira adequada na adaptação à mudança climática e mitigação de riscos. Assim, todos os anos a sub-região espera com grande ansiedade o começo da temporada de furacões que ameaça o desenvolvimento ambiental, econômico e social de longo prazo dos países caribenhos e exacerba ainda mais seus altos níveis de dívida pública, sua capacidade limitada de mobilizar recursos internos e uma maior dependência do financiamento externo.
Diante desta realidade, a sede sub-regional da CEPAL no Caribe preparou um estudo que analisa os usos da tecnologia e abordagens inovadoras em matéria de gestão de desastres e riscos na sub-região para promover a construção de resiliência e a mitigação de riscos.
É possível utilizar diversas tecnologias - entre elas, ferramentas de comunicação para sistemas de alerta precoce e enfoques inovadores para envolver as comunidades nas avaliações de risco -, para apoiar o exercício de gestão de desastres e riscos em momentos de crise, bem como planejamento e reconstrução depois dos eventos. Podem ser facilitadores importantes para manter a tomada de decisões bem informada e para construir resiliência proporcionando as ferramentas e os métodos para ajudar nos processos de adaptação e recuperação. Contudo, é preciso ter instituições fortes, capacidade local e regional, cooperação e incentivos para que a pesquisa se traduza em soluções aplicáveis.
A inovação na resiliência climática inclui a integração de dados sobre as mudanças atuais e previstas nos padrões do clima nas ferramentas para a tomada de decisões e as abordagens que procuram fazer com que as pessoas estejam mais bem preparadas para prever, adaptar e absorver os impactos potenciais. Alguns exemplos são técnicas de agricultura melhoradas, novos modelos de acesso a crédito e regimes de poupança, planejamento participativo e novas formas de acesso e distribuição de informações.
De especial relevância, o estudo analisa algumas das ideias inovadoras que vêm de movimentos de base e empresas locais. Também avalia a maneira como as tecnologias de comunicação de fácil acesso, como as mensagens de texto, continuam desempenhando um papel crucial na preparação para desastres e em sua gestão.
Ao analisar a abordagem do Caribe em matéria do uso de estratégias e tecnologias inovadoras, o estudo propõe o desenvolvimento de um repositório de boas práticas para a gestão de desastres e riscos na sub-região.
O relatório estará disponível nos próximos meses.