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A CEPAL lança estudo com recomendações para promover o comércio e investimento entre a América Latina e a China

2 de dezembro de 2013|Notícias

O documento destaca a necessidade de compensar as carências que existem atualmente no comércio bilateral.

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Foto: Cortesía Cumbre empresarial China LAC

A China ocupa um papel central no acelerado processo de mudança que a economia mundial atravessa. Espera-se que em 2017 seu produto interno bruto supere o dos Estados Unidos, convertendo-se na primeira economia no âmbito global. Este dinamismo se traduz numa forte demanda de matérias-primas, que em muitos casos provêm da América Latina e do Caribe.

Assim, entre 2000 e 2012 o comércio entre a região e a China multiplicou-se por 21, chegando a 250 bilhões de dólares. A China já é o primeiro destino das exportações do Brasil, Chile e Peru, o segundo para Colômbia, Cuba, Uruguai e Venezuela, o terceiro para Argentina e o quarto para o México. Além disso, é uma das principais origens das importações para quase todos os países da região.

Neste contexto realizou-se a sétima Cúpula Empresarial China-América Latina e Caribe, em San José, Costa Rica, nos dias 26 e 27 de novembro. Na reunião, a CEPAL apresentou o documento Promoção do comércio e investimento com a China: desafios e oportunidades na experiência das câmaras empresariais latino-americanas.

O texto, preparado pela Divisão de Comércio Internacional e Integração, é resultado das consultas realizadas pela CEPAL a câmaras de comércio de 13 países da região sobre as relações comerciais e de investimento com a China. Destas consultas depreende-se uma série de recomendações para que a América Latina e o Caribe possam dar um salto na qualidade das relações com o país asiático.

Entre as principais mensagens recolhidas no documento, destaca-se a necessidade de diversificar as exportações regionais para a China, que se concentram em uma gama muito limitada de produtos básicos. Para este fim, os setores empresariais da região já identificaram diversos nichos de mercado na China que podem ser melhor explorados, em áreas como a agroindústria e uma variada gama de serviços, como o turismo, o entretenimento, a arquitetura, o planejamento urbano e a gestão ambiental, entre outros.

Muitas destas oportunidades decorrem das reformas econômicas em andamento na China, que visam a dar um maior peso ao consumo das famílias, bem como de tendências estruturais na sociedade chinesa, tais como o envelhecimento, a expansão da classe média e a urbanização.

Para aproveitar cabalmente estas novas oportunidades será preciso uma maior presença de empresas da região na China. Por isso, nos próximos anos os governos da América Latina e do Caribe devem não só promover as exportações para esse país, mas também apoiar a presença direta de suas empresas nesse mercado.

Por outro lado, essas reformas poderiam impulsionar os fluxos de investimento estrangeiro direto desse país na América Latina e no Caribe. Embora esses fluxos tenham aumentado fortemente desde 2010, a China ainda não figura entre os principais investidores estrangeiros na região. Isto pode desempenhar um papel estratégico para a segurança alimentar do país asiático, que com 7% das terras cultiváveis e 6% dos recursos hídricos do mundo deve alimentar 22% da população mundial.

Tendo em vista as perspectivas de crescimento da China e a demanda que o novo ciclo de reformas econômicas gerará, é necessário melhorar o conhecimento prático sobre seu impacto, bem como as novas tendências de consumo no país asiático. Por este motivo, a CEPAL propõe a criação de um Centro de Facilitação do Comércio em Pequim, que apoie as exportações regionais para a China e promova alianças comerciais com empresas desse país.

O documento conclui destacando que, para que os países da América Latina e do Caribe sejam parceiros relevantes da China, é preciso definir uma agenda regional de trabalho com esse país. Neste sentido, a região deve articular-se para responder à ambiciosa proposta de cooperação apresentada pelo então Primeiro-Ministro Wen Jiabao na sede da CEPAL em junho de 2012.