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A CEPAL estuda a origem do valor nas exportações uruguaias

27 de março de 2018|Notícias

O relatório busca fornecer elementos a partir de uma caracterização dos setores exportadores da economia uruguaia, com base numa matriz insumo-produto.

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) realizou um estudo que decompõe as exportações de bens do Uruguai segundo o setor e lugar de origem do valor agregado.

O relatório Origem do valor nas exportações do Uruguai foi realizado no âmbito do Convênio de Cooperação entre o Escritório da CEPAL em Montevidéu e o Ministério de Economia e Finanças do Uruguai.

O estudo assinala que os acordos comerciais modificam as condições de concorrência dos setores transáveis de uma economia, gerando ganhadores e perdedores. Acrescenta que, ao envolver-se em negociações internacionais, é conveniente que os países levem em consideração que os efeitos de uma determinada expansão ou contração da produção costumam ser muito diferentes segundo o tipo de produção afetada.

A partir da construção de uma matriz insumo-produto, o artigo realiza uma caracterização dos setores com base no valor agregado doméstico das exportações e na remuneração dos fatores, distinguindo diversas qualidades do emprego gerado.

Do ponto de vista do valor agregado estrangeiro, o projeto busca distinguir as importações intermediárias diretas e indiretas segundo a origem, para mapear as relações de abastecimento com o exterior e dessa forma detectar possíveis vantagens, riscos e oportunidades relacionadas com as regras de origem previstas nos acordos.

O estudo constrói uma matriz insumo-produto com 50 setores a partir de informação oficial de Quadros de Oferta e Utilização, Pesquisa de Atividades Econômicas, Pesquisa Contínua de Domicílios, informação sobre o setor agropecuário e informação detalhada sobre comércio exterior.

A matriz elaborada inclui insumos importados, informação sobre a origem dos insumos e uma desagregação do valor agregado entre a remuneração do trabalho qualificado, não qualificado e o resto do valor agregado bruto.

Como resultado, estima-se que um terço das exportações é composto de valor agregado gerado no próprio setor exportador, um terço de valor agregado gerado em outros setores da economia via encadeamentos e um terço de valor agregado gerado no exterior.

Os setores de indústria sem segmento agropecuário nacional têm fortes encadeamentos regressivos com o exterior: metais e veículos, borracha e plástico, química e farmacêutica e têxteis/couro. Também o setor de cultivos tem uma presença importante de insumos importados.

As cadeias agroexportadoras tradicionais do país (carne, lacticínios e arroz) têm fortes encadeamentos regressivos com a economia local, e é a partir desses que incorporam trabalho qualificado (basicamente em serviços profissionais) em suas exportações. As mencionadas cadeias industriais são os setores que mais incorporam remunerações diretas do trabalho qualificado e não qualificado.

O conjunto da informação organizada, recolhida neste estudo, permitirá aos formuladores de políticas e aos negociadores ter uma referência para a avaliação do impacto de medidas de política comercial, tais como acordos comerciais, tarifas e instrumentos de promoção, entre outras.