A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) apresentou aos países a Plataforma regional de conhecimento para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (SDG Gateway), um esforço feito em conjunto com as 22 agências, fundos e programas do Sistema das Nações Unidas na região que se transformou em poderoso instrumento para acompanhar o progresso e as necessidades dos países na implementação da Agenda 2030 e os avanços no cumprimento dos 17 ODS.
Este centro de gestão do conhecimento on-line tem por fim servir de ponto de encontro e referência para todas as informações relacionadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, inclusive atividades, recursos de informação, estatísticas, dados regionais, instrumentos analíticos específicos e produtos de conhecimento elaborados e proporcionados pelo sistema de desenvolvimento das Nações Unidas na região em resposta às necessidades dos países-membros.
A plataforma foi apresentada aos países da região em 17 de maio de 2020, durante uma reunião virtual entre Alicia Bárcena, Secretária Executiva da CEPAL, e os embaixadores e representantes das missões permanentes de 31 países da região junto às Nações Unidas.
Durante a sua intervenção, a máxima representante da Comissão regional advertiu que a integralidade da Agenda 2030 está em risco devido ao avanço desigual dos ODS, particularmente ante a pandemia de COVID-19, motivo pelo qual são necessários pactos em setores estratégicos e prioritários para avançar rumo a um grande impulso ambiental. Em seguida, destacou a importância desta plataforma de acompanhamento da Agenda 2030, coordenada pela CEPAL, cujo caráter interinstitucional e multidisciplinar se alinha às recomendações do Secretário-Geral.
“Tal como destacou muitas vezes o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, esta é uma crise mundial que requer soluções globais e regionais. Um multilateralismo melhorado e maior cooperação regional são essenciais para que possamos superar o enorme impacto social e econômico que a pandemia está tendo em todos os países”, assinalou Alicia Bárcena aos representantes diplomáticos.
Ela acrescentou que o sistema multilateral deve permanecer forte para se concentrar numa melhor reconstrução, com o fim de alcançar o objetivo principal que é obter sociedades e economias mais igualitárias, inclusivas e sustentáveis, com maior resiliência para enfrentar o surgimento de riscos biológicos, a mudança climática e muitos outros desafios globais com os quais conviveremos no futuro próximo.
A Plataforma regional de conhecimento para os ODS permite acessar informações sobre a Agenda 2030, os principais fóruns intergovernamentais e mecanismos regionais de discussão e coordenação relacionados com sua implementação e acompanhamento na América Latina e no Caribe; a situação regional dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e suas metas, desafios e oportunidades, lições aprendidas e boas práticas, recomendações e mensagens importantes da América Latina e do Caribe, bem como atividades, notícias, recursos e ferramentas para a implementação dos ODS.
Também oferece informações detalhadas sobre os países-membros e os atores que intervêm: sociedade civil, governos locais, parlamentos, setor privado e juventude; e o Sistema ONU. O portal reúne um exaustivo monitoramento estatístico no âmbito global, regional e nacional, dados, indicadores, relatórios sobre os ODS, metodologias e recursos de informação, além das principais atividades, notícias, publicações, vídeos, infográficos, sites e bases de dados relacionados com o tema.
“Nossa comissão regional tem para oferecer o mandato, a experiência, as ferramentas e plataformas que são cruciais para apoiar os países no acompanhamento e implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, inclusive durante estes tempos de pandemia sem precedentes”, expressou a máxima autoridade da CEPAL.
Para Alicia Bárcena, a cooperação e integração regional hoje é mais importante que nunca, e é vital que os órgãos subsidiários da CEPAL continuem trabalhando ativamente em apoio aos esforços dos países da região para lidar com os variados e complexos desafios que estão enfrentando e enfrentarão no futuro.
“O mundo que vem será muito diferente; do que fizermos hoje dependerá a concretização de um mundo mais sustentável e igualitário. Temos que repensar o futuro. Há que aproveitar a oportunidade de ir na direção de uma mudança de cultura. Não podemos nos desenvolver às custas de nossas riquezas naturais e humanas. Há que apostar em novos setores estratégicos, como a produção de medicamentos, com mais tecnologia. Também apontar para uma transição energética, cidades mais sustentáveis. Para isso, precisamos de uma ação coletiva, todos apoiando a agenda social, de todos os setores”, concluiu.
