Pular para o conteúdo principal
Available in EnglishEspañolPortuguês

Analfabetismo afeta cerca de 38 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe

2 de dezembro de 2013|Notícias

Os planos e programas implementados em 23 países para reverter esta situação são analisados em um novo relatório da CEPAL.

escueladeadultos_400.jpg

Persona escribiendo en un cuaderno
Foto: Colectivo fenix/Flickr

Em média, 9% da população acima de 15 anos encontra-se em condição de analfabetismo absoluto nos países da América Latina e do Caribe, cerca de 38 milhões de pessoas, segundo estimativas realizadas com base nos dados oficiais do Instituto de Estatísticas da UNESCO, indica um estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) que examina as principais estratégias desenvolvidas neste âmbito atualmente na região.

Se considerarmos o analfabetismo funcional, entendido como a falta de habilidades e competências requeridas pelas pessoas para funcionar nos diversos contextos da vida, esta cifra cresceria significativamente, indica o documento A alfabetização de pessoas jovens e adultas na América Latina e no Caribe: análise dos principais programas.

Apesar disso, "os recursos nacionais destinados aos programas de alfabetização costumam ser instáveis e flutuantes, altamente sensíveis às mudanças econômicas e políticas", assinalam os autores deste relatório preparado no âmbito da cooperação entre a CEPAL e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).

"Apesar dos importantes avanços das últimas décadas na cobertura educativa e taxa de alfabetização da população da América Latina e do Caribe, o analfabetismo na população adulta, especialmente o chamado analfabetismo funcional, continua sendo um problema presente e reflexo da desigualdade na região", resume o estudo.

O trabalho descreve os planos aplicados pela Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, São Vicente e Granadinas, Suriname, Uruguai e Venezuela. Destacam-se os programas cubanos "Yo, sí puedo" e "Yo, sí puedo seguir" que estão sendo implementados por vários países.

Algumas destas estratégias concentram-se na leitura e escrita e nas operações matemáticas básicas, enquanto outras tentam abordar competências mais complexas, como a capacitação profissional e a formação de ofícios. Há programas focados na alfabetização de crianças e outros focados nos jovens e adultos que estão fora do sistema educativo formal.

Uma das principais conclusões do estudo é que "as políticas e práticas em alfabetização devem estar ligadas à construção de sociedades mais democráticas, nas quais o acesso à cultura escrita é fundamental".

O documento também sublinha a importância de ampliar os meios de aprendizagem, incluindo as tecnologias de informação e comunicação, e apoiar processos de formação de facilitadores, docentes ou monitores de educação de adultos.

A chave da alfabetização é a geração de ambientes letrados, nos quais todos os membros da comunidade tenham necessidade e desejo de aprender e seguir desenvolvendo suas competências. A persistência do problema do analfabetismo na região significa um desafio pendente para os responsáveis pela formulação das políticas nacionais e regionais, sublinha o estudo.