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A comunidade IAPT se fortalece com a integração dos polos produtivos do Brasil

18 de novembro de 2024|Nota informativa

Adriana Melo, Secretária Nacional de Desenvolvimento Regional e Territorial, nos apresenta os Polos e as Rotas de Integração impulsionados pelo Ministério da Integração Regional e explica sua contribuição para a regionalização da Nova Indústria Brasil e para as Políticas de Integração Regional.

O Brasil tem uma longa trajetória no fomento ao desenvolvimento produtivo através de iniciativas de articulação produtiva territorial. A CEPAL acompanhou de perto a experiência dos Arranjos Produtivos Locais. Os Polos se inserem nesse caminho e potencializam essa experiência através da geração de Rotas de Integração?

R: Sim, as Rotas Nacionais de Integração são Arranjos Produtivos Locais articulados em rede, em escala regional. Elas buscam fortalecer a governança territorial nos Polos para que possam mapear desafios e compartilhar soluções comuns com outros polos do mesmo setor. Muitos Polos têm uma história de sinergia com outras políticas públicas de desenvolvimento regional, como o Observatório Brasileiro de Arranjos Produtivos Locais e o amplo conjunto de políticas para apoiar e desenvolver micro e pequenas empresas.

Você poderia nos comentar o que são as Rotas e como elas se inserem na estratégia de industrialização e regionalização lançada pelo Governo?

R: As Rotas são redes de Arranjos Produtivos Locais associadas a cadeias produtivas estratégicas capazes de promover inclusão produtiva e desenvolvimento sustentável em regiões brasileiras priorizadas pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional - PNDR. O atual ciclo da política industrial brasileira, denominado Nova Indústria Brasil (NIB), possui um conjunto de missões e instrumentos que abordam desafios centrais e estruturantes para o desenvolvimento do setor industrial representado por uma série de cadeias produtivas presentes em praticamente todo o território nacional. Na governança do NIB existe um grupo de trabalho específico denominado Grupo de Trabalho para a Coordenação de Ações de Territorialização e Desenvolvimento Regional, com a participação de 17 entidades representando o governo federal, governos estaduais e bancos públicos de desenvolvimento, que discutem como abordar a regionalização da política industrial em linha não apenas com a PNDR, mas com outras políticas e instrumentos nacionais, federais, regionais e estaduais. Dessa forma, as Rotas e seus Polos são vetores importantes para atender demandas específicas de setores estratégicos em territórios prioritários, buscando a implementação local de instrumentos de política pública para seu desenvolvimento e, consequentemente, buscando reduzir as grandes desigualdades regionais que existem no Brasil.

A CEPAL criou a Comunidade de Iniciativas de Articulação Produtiva e Territorial (IAPT), que hoje reúne mais de 370 experiências de uma dúzia de países da região. O objetivo é potencializar essas iniciativas, estimulando o intercâmbio de boas práticas e promovendo a geração de ações conjuntas e estratégias regionais em temas como digitalização e economia circular. Agora que os Polos foram integrados à Comunidade IAPT, o que você espera da Comunidade? De que maneira a Comunidade pode contribuir para o desenvolvimento e consolidação dos Polos?

R: Veja que interessante, tanto a digitalização quanto a economia circular são temas priorizados nas missões da nova política industrial e tratados de forma transversal entre os Polos das Rotas de Integração, pois há uma Rota de Economia Circular específica que aborda o tema como oportunidade de negócio e desenvolvimento sustentável. Por isso, vemos com grande expectativa a entrada dos Polos na plataforma da CEPAL como um novo campo que se abre para participar de ações conjuntas para conhecer, discutir e, principalmente, compartilhar experiências, soluções, tecnologias inovadoras e até mercados para os setores que abrangem as Rotas de Integração.

Por outro lado, como você imagina que os Polos devem participar das atividades da Comunidade? Qual poderia ser a principal contribuição dos Polos e das Rotas de Integração para o trabalho desenvolvido pela Comunidade IAPT?

R: Poderíamos, por exemplo, compartilhar a experiência de como os Polos têm participado de ações para integrar políticas públicas para o desenvolvimento regional, industrial e sustentável em várias esferas de governo. Há uma série de histórias de sucesso que também poderíamos compartilhar, como, por exemplo, na organização da coleta, tratamento, industrialização e exportação de resíduos. Além da própria metodologia de planejamento dos Polos, que se baseia em ferramentas simples e acessíveis para que os produtores locais possam apresentar seus desafios e construir planos de ação para superá-los, gerando documentos base para monitorar o desenvolvimento dos Polos e Rotas.

Na agenda da Comunidade IAPT já está programada uma ação para apoiar a formação de coordenadores dessas iniciativas colaborativas. Além disso, a CEPAL está comprometida com o desenvolvimento da economia circular como parte importante das estratégias dessas iniciativas colaborativas e com a implementação de um plano de ação regional para o fortalecimento dos clusters de economia digital. Até que ponto essas linhas de ação coincidem com as propostas da Secretaria de Integração e Desenvolvimento Regional para o fortalecimento dos Polos? Se você tivesse que propor uma atividade adicional para nossa colaboração em 2025, qual seria sua sugestão?

R: A entrada dos Polos na plataforma da CEPAL, como mencionei anteriormente, abre uma série de possibilidades reais e concretas para o seu desenvolvimento, pois as Rotas podem participar de eventos e missões relacionadas a temas transversais, como digitalização e economia circular. Acredito que, quanto mais práticas forem as atividades de formação e intercâmbio de experiências, maior será o interesse e o comprometimento na participação e colaboração. Mas não basta despertar interesse e promover a participação, os conteúdos apresentados e discutidos devem vir acompanhados de uma espécie de guia para replicação, e aqueles que participaram de sua criação e implementação devem estar disponíveis para consulta e assessoria em um modelo de mentoria, permitindo ampliar o potencial de disseminação efetiva de soluções e boas práticas entre iniciativas e arranjos produtivos em todo o território abrangido pela CEPAL.