A Escola de Governo e Desenvolvimento Maria da Conceição Tavares abre com um chamado para gerenciar de forma mais eficaz as transformações indispensáveis para avançar em direção a um modelo de desenvolvimento mais produtivo, inclusivo e sustentável

9 de Junho de 2025 | Press Release

O curso de formação homenageia o legado de um dos maiores economistas da América Latina e representa um marco na cooperação histórica entre o BNDES e a CEPAL.

Da direita para a esquerda: José Manuel Salazar-Xirinachs, Secretário Executivo da CEPAL; Esther Dweck, Ministra de Estado de Gestão e Inovação do Setor Público (MGI), e Aloizio Mercadante, Presidente do BNDES.
Da direita para a esquerda: José Manuel Salazar-Xirinachs, Secretário Executivo da CEPAL; Esther Dweck, Ministra de Estado de Gestão e Inovação do Setor Público (MGI), e Aloizio Mercadante, Presidente do BNDES.

Autoridades inauguraram hoje, no Rio de Janeiro, a primeira edição da Escola de Governo e Desenvolvimento Maria da Conceição Tavares, uma iniciativa de capacitação que homenageia o legado de uma das maiores economistas da América Latina e representa um marco na cooperação histórica entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).

A formação tem como objetivo fortalecer as capacidades técnicas e estratégicas para o desenvolvimento da região. Busca oferecer conteúdos adaptados às especificidades socioculturais e econômicas dos países latino-americanos, orientar a implementação de políticas públicas e formas sustentáveis de financiamento, além de formar líderes capazes de formar lideranças capazes de enfrentar as grandes oportunidades e desafios do desenvolvimento econômico, social e ambiental da região.

A cerimônia de abertura contou com aulas magnas ministradas por Aloizio Mercadante, Presidente do BNDES; José Manuel Salazar-Xirinachs, Secretário Executivo da CEPAL; e Esther Dweck, Ministra de Estado de Gestão e Inovação para o Setor Público (MGI) do Brasil. 

“Estamos vivendo em um período em que a capacidade de resposta internacional às crises está muito enfraquecida”, disse Aloizio Mercadante, Presidente do BNDES, destacando especialmente a crise climática, os desafios em termos de revolução digital e a irrupção da inteligência artificial, e a erosão das instituições multilaterais. 

Acrescentou que o papel do Estado é fundamental para retomar o caminho do crescimento e enfrentar as crises. Também é necessário defender a democracia, colocando a questão da desigualdade no centro da discussão, e recuperar o caminho para a integração regional. Nesse processo, os bancos de desenvolvimento representam um polo para promover a inovação e estimular o crescimento e o desenvolvimento, disse ele.

Por sua vez, o Secretário Executivo da CEPAL, José Manuel Salazar-Xirinachs, destacou que a América Latina e o Caribe enfrentam três armadilhas de desenvolvimento que limitam sua capacidade de avançar rumo a um desenvolvimento mais produtivo, inclusivo e sustentável: uma de baixa capacidade de crescimento; outra de alta desigualdade, baixa mobilidade social e fraca coesão social; e uma terceira de baixa capacidade institucional e governança ineficaz. 

"Não será possível superar essas armadilhas sem fortalecer as capacidades institucionais e de governança. É por isso que a fundação desta Escola de Governo e Desenvolvimento é um marco fundamental e estratégico", afirmou.

O alto funcionário das Nações Unidas disse que a região precisa realizar transformações profundas para superar a crise de desenvolvimento e destacou que a CEPAL propõe onze grandes transformações que são consideradas indispensáveis para avançar em direção a um desenvolvimento mais produtivo, inclusivo e sustentável.

“Gerenciar as transformações envolve não apenas os aspectos técnicos das políticas, mas também as capacidades de orientar e coordenar a ação coletiva”, disse ele.

José Manuel Salazar-Xirinachs destacou que a CEPAL tem enfatizado a forma de gerenciar as transformações. Isso implica aprofundar as questões de governança, capacidades técnicas, operacionais, políticas e prospectivas (TOPP); espaços para o diálogo social e a economia política das transformações. 

"O desenvolvimento não é um destino, mas algo pelo qual se deve trabalhar, refletir e repensar estratégias. É nesse diálogo analítico, político, comprometido e apaixonado pela América Latina e o Caribe que estamos trabalhando a partir da CEPAL. Fico feliz por termos um parceiro como o BNDES para levar adiante essas discussões", concluiu.

Por fim, a Ministra Esther Dweck enfatizou que o crescimento econômico é apenas um dos importantes desafios para alcançar a mudança estrutural no Brasil e nos demais países da região, mas não é suficiente. 

“A persistência da pobreza e da desigualdade, a rigidez estrutural, as mudanças climáticas, a incerteza da conjuntura internacional, a ameaça de ruptura democrática e a pressão para reduzir o tamanho do Estado também devem ser enfrentadas”, disse ela.

A primeira edição da Escola de Governo e Desenvolvimento Maria da Conceição Tavares envolve 66 alunos que foram selecionados entre quase 700 candidatos. O grupo é formado por participantes de 11 países: 35 do Brasil e 31 de outros países da América Latina. Do total, 38 são mulheres e 28 são homens, com representação de afrodescendentes, indígenas e identidades diversas.

A Escola será desenvolvida em três etapas ao longo deste ano. A primeira, inaugurada hoje, consistirá em 5 dias de atividades presenciais na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. A segunda etapa, de caráter virtual, incluirá aulas ao vivo e terá duração de 11 semanas, de junho a setembro. A etapa final ocorrerá em setembro, com 2 dias de atividades presenciais na sede da CEPAL, em Santiago do Chile.

As atividades - aulas magnas, conferências temáticas, oficinas instrumentais e aulas teóricas virtuais - serão organizadas em quatro áreas temáticas: Crescimento na nova era da globalização e da geopolítica: inserção externa virtuosa, integração regional, sofisticação produtiva e diversificação; transformação produtiva, emprego, capacidades inovadoras e sustentabilidade; justiça social, desigualdade, mobilidade social e trabalho decente; e democracia, fortalecimento institucional, governança e diálogo social para a gestão das transformações.

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