Uma transformação digital real e efetiva pode ajudar a América Latina e o Caribe a superar as armadilhas que impedem seu desenvolvimento
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A CEPAL apresenta um novo documento com recomendações no âmbito da Nona Conferência Ministerial sobre a Sociedade da Informação da América Latina e do Caribe, realizada em 7 e 8 de novembro no Chile.

O avanço no uso real e efetivo das tecnologias digitais pode se converter na ponte que permitiria superar as armadilhas do desenvolvimento na região, ao fechar lacunas históricas de desigualdade e promover um crescimento mais produtivo, inclusivo e sustentável, afirma a CEPAL no documento Superar as armadilhas do desenvolvimento na era digital: o potencial transformador das tecnologias digitais e da IA na América Latina e no Caribe divulgado hoje.
“A região tem a oportunidade histórica de utilizar as ferramentas digitais para abordar as três armadilhas que inibem seu desenvolvimento: a armadilha de baixa capacidade para crescer, a armadilha de alta desigualdade, baixa mobilidade e fraca coesão social e a armadilha de baixa capacidade institucional e governança pouco efetiva”, assinala a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
A transformação digital oferece um caminho para fortalecer a competitividade, acelerar a aprendizagem, impulsionar a inovação e melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas. Mas esta mudança não ocorrerá de maneira automática; será necessário um esforço conjunto no qual participem tanto os governos como o setor privado e a sociedade civil para assegurar que os benefícios da era digital sejam compartilhados por todos, adverte a publicação que será apresentada oficialmente durante a Nona Conferência Ministerial sobre a Sociedade da Informação da América Latina e do Caribe, nos dias 7 e 8 de novembro na sede da CEPAL em Santiago.
“A transformação digital do tecido empresarial poderia melhorar a eficiência dos processos produtivos, otimizar as cadeias de abastecimento e fomentar a inovação em produtos e serviços. Além disso, a digitalização facilita o acesso a mercados globais, reduzindo a dependência de setores tradicionais e promovendo a diversificação econômica necessária para o crescimento sustentável. Tudo isso seria facilitado na medida em que os países da região e seus territórios consigam articular seus esforços em matéria de transformação digital com suas políticas de desenvolvimento produtivo”, explica o documento.
O relatório apresentado pela CEPAL destaca o impacto econômico da inteligência artificial (IA) na região. Segundo as estimativas realizadas, em 2023 a contribuição econômica total da IA em 17 países da América Latina e do Caribe atingiu 70,748 bilhões de dólares, o que representaria 1,11% do PIB, enquanto cerca de 44% da força de trabalho na região tem uma alta probabilidade de ser afetada pela IA.
De acordo com o novo relatório, embora 80% da população urbana da região tenha acesso à Internet, esta porcentagem cai drasticamente em zonas rurais e entre setores de menor renda, gerando lacunas de até 50 pontos percentuais entre os domicílios mais ricos e os mais pobres. Isto evidencia a urgência de implementar políticas que garantam uma "conectividade significativa". Esta conectividade não se limita ao acesso à internet, mas enfatiza a qualidade, a acessibilidade e as habilidades necessárias para que as pessoas possam se beneficiar plenamente das oportunidades digitais. Ao comparar os indicadores básicos de conectividade com outros mais complexos que captam estas dimensões, observa-se que, apesar dos avanços no acesso, ainda persistem barreiras que limitam o uso real e efetivo das tecnologias digitais. Resolver estas limitações é fundamental para fechar as lacunas e promover um desenvolvimento digital mais inclusivo e equitativo, ressalta a Comissão.
Finalmente, as tecnologias digitais e a IA podem fortalecer as instituições e a capacidade de governança na América Latina e do Caribe, melhorando a transparência, a eficiência e a prestação de contas, mediante ferramentas diversas como a digitalização dos processos governamentais e a oferta de serviços digitais para a população. Isto é fundamental se consideramos que 70% da população da região expressa desconfiança em seus governos, aponta o organismo regional das Nações Unidas.
Espera-se que a implementação da nova Agenda Digital para a América Latina e o Caribe 2026 (eLAC2026) atue como um instrumento importante para que os países da região possam aproveitar as oportunidades que a transformação digital e a IA oferecem para superar as armadilhas do desenvolvimento. Esta agenda será apresentada para sua aprovação durante a Nona Conferência Ministerial sobre a Sociedade da Informação.
A reunião intergovernamental é realizada no âmbito da chamada “Semana Digital da América Latina e do Caribe”, já que nos dias 5 e 6 de novembro são realizados, também na sede da CEPAL, os Diálogos de Alto Nível da Parceria Digital entre a União Europeia e a América Latina e o Caribe sobre Inteligência Artificial e Conectividade, organizados pelo Governo do Chile e a União Europeia.
Tanto o programa como a informação geral da Nona Conferência Ministerial do eLAC estão disponíveis no site especialmente criado para a reunião.
Os meios de comunicação devem preencher este formulário para participar presencialmente do encontro. Os jornalistas devem portar a credencial do meio de comunicação ou seu documento de identidade para ter acesso à CEPAL.
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