A América Latina e o Caribe registrarão uma taxa de crescimento positiva em 2017, embora ainda baixa

3 de Agosto de 2017 | Press Release

A CEPAL mantém sua projeção de crescimento médio regional em 1,1% e destaca a importância das políticas macroeconômicas para recuperar o dinamismo econômico.

Alicia Bárcena, ECLAC Executive Secretary, during the presentation of the Economic Survey 2017.
Alicia Bárcena, ECLAC Executive Secretary, during the presentation of the Economic Survey 2017.

Os países da América Latina e do Caribe crescerão em média 1,1% em 2017 após dois anos consecutivos de contração, graças a um contexto internacional que apesar dos riscos geopolíticos apresenta melhores expectativas de crescimento, e uma melhora nos preços das matérias-primas que a região exporta, segundo mostra um novo relatório anual apresentado hoje pela CEPAL em Santiago, Chile.

O organismo regional das Nações Unidas divulgou seu Estudo Econômico da América Latina e do Caribe 2017, em que destaca a importância das políticas macroeconômicas para dinamizar o crescimento de longo prazo e avançar para a necessária mudança estrutural da economia da região.

“Para retomar o crescimento de médio e longo prazo é necessário contar com políticas anticíclicas que não somente se concentrem em reduzir as flutuações do ciclo, mas também em modificar aquelas características específicas que influem negativamente no crescimento e na estrutura produtiva dos países da região. Isso implica avançar em direção a marcos contracíclicos da política fiscal que defendam e promovam o investimento público e privado. Trata-se de revisar as regras fiscais para que permaneçam como instrumentos pró-estabilidade, mas que sejam também pró-investimento. Esse marco fiscal deve ir acompanhado de uma política financeira de estabilização do crédito e uma política monetária que apoie o crescimento do investimento e que vá além de instrumentos como a taxa de juros”, declarou Alicia Bárcena, Secretária-Executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), durante a coletiva de imprensa em que foi apresentado o documento.

Na parte central, o Estudo Econômico da América Latina e do Caribe da CEPAL analisa os desafios de política para dinamizar o investimento e o crescimento. O organismo indica que no processo de alcançar equilíbrios nas trajetórias da dívida e do resultado do setor público, não se deve restringir o investimento público. Para isso, separar o tratamento dos gastos de investimento e dos gastos correntes ajudaria a eliminar o viés contra o investimento nos processos de ajuste do gasto público.

Também é importante fortalecer a capacidade de aumentar as receitas públicas mediante mudanças na estrutura tributária (com o estabelecimento de mais impostos diretos), fortalecimento das administrações tributárias e a redução da evasão e elisão, acrescenta o documento.

Segundo o relatório, como em anos anteriores, se projeta uma dinâmica de crescimento diferente entre países e sub-regiões. Espera-se que o produto interno bruto (PIB) da América do Sul cresça este ano 0,6%, enquanto que as economias da América Central e do México irão se expandir 2,5% em média, graças ao aumento da renda por remessas e as melhores expectativas de crescimento dos Estados Unidos, seu principal sócio comercial. Entretanto, para as economias do Caribe de língua inglesa e holandesa espera-se um crescimento de 1,2%, após a contração de -0,8% registrada em 2016.

O relatório estima que, a diferença do ano passado, em 2017 todos os países da região apresentarão taxas positivas de crescimento, com exceção da Venezuela — cujo PIB cairia -7,2% — e dos países do Caribe (Santa Lúcia e Suriname, cujo PIB se contrairia -0,2%).

De acordo com a CEPAL, entre os fatores que afetarão positivamente o desempenho econômico da região nesse ano encontram-se a moderada recuperação da economia mundial, que fecharia 2017 com um crescimento de 2,7%, três décimos mais altos do que o de 2016, um leve aumento do volume do comércio mundial (2,4%), e um maior nível de preços dos produtos básicos, que seriam em média 12% mais altos do que os do ano passado. Por sua vez, a partir da perspectiva do gasto observa-se uma ligeira melhora do investimento e um maior dinamismo do consumo privado.

Do mesmo modo, espera-se que em 2017 o saldo em conta corrente regional se mantenha em níveis similares aos de 2016, em torno de -1,9% do PIB, embora com uma melhora nos termos de troca e um aumento das exportações (que se projeta em 8% para todo o ano).

O relatório indica que no âmbito do emprego, apesar da recuperação mostrada pelo crescimento econômico durante o primeiro trimestre de 2017, as condições do mercado de trabalho continuaram deteriorando-se devido a uma nova queda interanual da taxa de ocupação urbana. Para a região em seu conjunto espera-se que a taxa de desemprego urbano aumente de 8,9% em 2016 para 9,4% em 2017. Com isso acumularia um aumento da taxa de desemprego urbano de 2,5 pontos percentuais entre 2014 e 2017.

No âmbito fiscal, o déficit médio na América Latina se manterá estável em 2017, em torno de -3,1% do PIB, embora com tendências diferentes conforme a sub-região. No entanto, a inflação média das economias da região se reduziu a partir do segundo semestre de 2016, embora três economias mantenham taxas superiores a 20%. Essa tendência se manteve nos primeiros cinco meses de 2017, em que a inflação média caiu 1,6 pontos percentuais, passando de 7,3% em 2016 para 5,7% em maio de 2017.

O Estudo Econômico da América Latina e do Caribe 2017 inclui, também, exclusivamente no site da CEPAL (www.cepal.org) notas sobre o desempenho econômico de cada um dos países da região em 2016 e no primeiro semestre de 2017, assim como os respectivos anexos estatísticos. A informação que é apresentada foi atualizada até 30 de junho de 2017, com base nos dados oficiais proporcionados pelos países.

 

 

Para consultas, entrar em contato com a Unidade de Informação Pública da CEPAL.

E-mail: prensa@cepal.org; telefone: (56) 22210 2040.

 

No Brasil, entrar em contato com Pulcheria Graziani. E-mail: pulcheria.graziani@cepal.org – Telefones: (61) 3321-3232 - Ramal 7016 ou (61)99976-8030.

Country(ies)

  • Latin America and the Caribbean

Contact

Unidade de Informação Pública

  • prensa@cepal.org
  • (56 2) 2210 2040

Subscrição

Get ECLAC press releases by email