9-11 set 2024 Port of Spain, Trindade e Tobago | Comité Ejecutivo
O Secretário Executivo da CEPAL, José Manuel Salazar-Xirinachs, afirmou que o caminho para o desenvolvimento sustentável no Caribe é longo e difícil e instou os países caribenhos, Estados membros do Comitê de Desenvolvimento e Cooperação do Caribe (CDCC), a aproveitar ao máximo o apoio que a CEPAL proporciona em matéria de pesquisa e desenvolvimento.
O Secretário Executivo assinalou que o Caribe está no rumo para alcançar somente 20% das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030. Ele fez estas declarações na cerimônia de abertura da 30ª sessão do CDCC em Port of Spain, quando a Ministra de Planejamento e Desenvolvimento de Trinidad e Tobago, Pennelope Beckles-Robinson, assumiu a direção do Comitê durante os próximos dois anos.
A 30ª sessão do CDCC reuniu ministros, embaixadores e especialistas em desenvolvimento do Caribe a fim de debater soluções para os desafios do desenvolvimento.
O Secretário Executivo recordou que faltam pouco mais de cinco anos para cumprir a Agenda 2030. «O Caribe tem somente 20% dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no rumo certo para o cumprimento; 33% avançam na direção correta, mas a um ritmo muito lento para o cumprimento; e 47% avançam na direção errada. Além disso, registram-se lentos avanços em setores críticos para o desenvolvimento sustentável, como a saúde e o bem-estar, a educação de qualidade e o acesso a água potável. Alguns indicadores carecem de dados para que possamos medir adequadamente o progresso, indicadores sobre questões importantes, como a igualdade de gênero e a ação climática.»
Ele acrescentou que uma parte importante do trabalho e da cooperação técnica da CEPAL ao longo dos anos tem sido o apoio para acelerar a implementação dos ODS. A CEPAL, na qualidade de secretaria do CDCC, apoia os países do Caribe na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento sustentável e planos de ciência, tecnologia e inovação, bem como na prestação de outros tipos de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento. Contudo, o Secretário Executivo Salazar-Xirinachs assinalou algumas dificuldades.
«A insuficiência de dados supõe um desafio fundamental para a consecução de uma série de imperativos de desenvolvimento: entre eles, aplicar medidas de redução do risco de desastres e de resposta aos mesmos; e garantir um uso ótimo do Índice de Vulnerabilidade Multidimensional recentemente aprovado, de modo que se possa argumentar eficazmente a favor de um maior acesso ao financiamento concessional.»
Ao assumir a presidência do CDCC, a Ministra de Planejamento e Desenvolvimento de Trinidad e Tobago, Pennelope Beckles-Robinson, refletiu sobre a crise climática, tema central dos debates desta semana. «A crise não é uma ameaça longínqua; está acontecendo diante dos nossos olhos, causando estragos em nossas economias, ecossistemas e meios de subsistência de nossa gente. Dado que é improvável que as pessoas não afetadas por nossas peculiares circunstâncias defendam eficazmente nossa causa, é nossa obrigação afirmar nosso direito a nos beneficiarmos por igual dos recursos desta terra».
A ministra Beckles-Robinson acrescentou: «Deixemos que esta sessão desperte entre nós um compromisso renovado para permanecermos juntos com nossos companheiros dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento, não só na nossa região, mas em todo o mundo. Juntos, devemos enfrentar os desafios que temos pela frente e traçar um caminho para uma prosperidade duradoura e resistente».
O Presidente cessante do CDCC, o Ministro de Assuntos Exteriores, Comércio Internacional e Cooperação Internacional do Suriname, Albert Ramdin, também se referiu à mudança climática, assinalando que os esforços para evitar danos e perdas devem ser uma prioridade para o Caribe. Em antecipação da próxima Conferência sobre o Clima COP29, que será realizada no Azerbaijão em novembro, o Ministro Ramdin afirmou: «Não podemos esperar três ou quatro anos. A urgência é iminente. Lamentavelmente, os países deverão ser francos. Assumir compromissos e fazer promessas não serve de nada se não forem cumpridos. Lamento ser tão franco a esse respeito, mas é do interesse de todos assegurar que os recursos sejam destinados às necessidades reais.»
Trinidad e Tobago presidirá o CDCC durante o período 2024-2026. Também foram eleitos membros da Mesa do CDCC Ilhas Virgens Britânicas, Jamaica e Santa Lúcia como vice-presidentes e Saint Kitts e Nevis como relator. O Comitê de Desenvolvimento e Cooperação do Caribe, criado em 1975, está em seu trigésimo período ordinário de sessões.
Mais sobre a CEPAL Caribe
A missão da sede sub-regional no Caribe da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) é aprofundar a compreensão dos desafios de desenvolvimento que o Caribe enfrenta e contribuir para as soluções mediante a realização de pesquisas e análises, proporcionando assessoria política e assistência técnica aos governos caribenhos e concentrando-se no crescimento com equidade e reconhecimento da vulnerabilidade dessa região.