Os países da América Latina e do Caribe reconheceram a importância da coerência das políticas públicas para fortalecer os processos e instrumentos do planejamento para o desenvolvimento e gestão pública, visando à implementação da Agenda 2030 na região, durante o encerramento da XVII Reunião do Conselho Regional de Planejamento (CRP), realizada em Montevidéu, Uruguai.
A reunião de alto nível foi organizada pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e pelo Governo do Uruguai, através do Escritório de Planejamento e Orçamento, e contou com a participação de ministros, vice-ministros e chefes de planejamento de 24 países da região, sete deles provenientes do Caribe.
O encerramento do evento esteve a cargo de Álvaro García, Diretor do Escritório de Planejamento e Orçamento do Uruguai, e Alicia Bárcena, Secretária Executiva da CEPAL.
Durante sua intervenção, Álvaro García destacou o êxito da reunião e instou os países a continuar trabalhando pelo bem-estar dos cidadãos da região.
Agradeceu também o trabalho que a CEPAL realiza em favor dos países da América Latina e do Caribe e reiterou o compromisso de seu país, que exercerá a presidência do CRP nos próximos dois anos.
Alicia Bárcena, por sua vez, destacou que o traço mais transcendente da identidade do Conselho Regional de Planejamento é a constituição, fortalecimento e desenvolvimento de uma autêntica comunidade latino-americana e caribenha de planejadores, que intercambia boas práticas, alerta sobre dificuldades comuns e enriquece as capacidades do conjunto com base no conhecimento mais profundo das experiências diversas de suas partes.
“Esta é uma comunidade que conta, pela vontade de seus atores principais - os países que a integram -, com um centro de apoio, sistematização e suporte na forma do Instituto Latino-Americano e do Caribe de Planejamento Econômico e Social (ILPES) da CEPAL”, afirmou.
A Secretária Executiva da CEPAL sublinhou a importância do planejamento com uma visão de longo prazo para que as políticas públicas sejam políticas de Estado.
Destacou que o território é importante; por isso, é necessário reduzir as diferenças.
“Já dissemos e eu repito: o território importa. É no território que a pessoa se reconhece e se relaciona. Não podemos ter cidades divididas em ricos e pobres. Uma das causas estruturais da migração é justamente esta: a exclusão. No território está nossa oportunidade”, assinalou.
Além disso, reafirmou a necessidade de um multilateralismo que fortaleça a democracia como resposta compatível com a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e reforce a confiança na cooperação internacional e na ação coletiva para a provisão de bens públicos globais e regionais.
“Precisamos de mais multilateralismo, mais cooperação, mais ação coletiva. O custo de não cooperar é demasiado alto para a região”, afirmou.
No âmbito da reunião, a CEPAL apresentou o documento de posição Planejamento para o desenvolvimento territorial sustentável na América Latina e no Caribe, que analisa 153 políticas territoriais da região e seus múltiplos enfoques e temáticas e propõe um modelo de trabalho para abordá-las de maneira sistêmica.
O Conselho Regional de Planejamento é o órgão subsidiário intergovernamental que orienta as atividades do Instituto Latino-Americano e do Caribe de Planejamento Econômico e Social (ILPES) da CEPAL.