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Exportações da América Latina e do Caribe sofrem desaceleração por causa da crise internacional

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13 de setembro de 2012|Comunicado de imprensa

Vendas regionais para o exterior crescerão somente 4% em 2012, afetadas pela recessão na Europa e menor crescimento nos Estados Unidos e China.

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La Secretaria Ejecutiva de la CEPAL, Alicia Bárcena, durante la presentación del Panorama de la inserción internacional de América Latina y el Caribe 2011-2012.
La Secretaria Ejecutiva de la CEPAL, Alicia Bárcena, durante la presentación del Panorama de la inserción internacional de América Latina y el Caribe 2011-2012.
Foto: Héctor Rivera

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(13 de setembro de 2012) O comércio exterior da América Latina e do Caribe aprofundará este ano a desaceleração experimentada a partir do segundo semestre de 2011. O valor das exportações da região terá um crescimento de 4% em 2012, enquanto as importações aumentarão 3% este ano, segundo estimativas apresentadas hoje, pela CEPAL, em um novo estudo.

Em seu relatório anual, Panorama da Inserção Internacional da América Latina e do Caribe 2011-2012, o organismo das Nações Unidas indica que a atual recessão na zona do euro, o pouco dinamismo econômico nos Estados Unidos e no Japão, e a moderação do crescimento na China e em outras economias emergentes afetarão o comércio da região, que apresentará, em 2012, estatísticas que se situam em média, aproximadamente 20 pontos percentuais abaixo das taxas de expansão registradas no ano passado.

Prevê-se que em 2012 o valor do comércio exterior do México e da América Central cresça acima da média regional (7,3% em exportações e 5% em importações). Enquanto a América do Sul ficaria abaixo (1,1% e 3,2%, respectivamente). Os países do Caribe registrariam quedas em seu intercâmbio comercial (-0,7% nas exportações e -2,1% nas importações), o que se explica por seus maiores vínculos com a União Européia.

Segundo a CEPAL, a América Latina e o Caribe formam a região do mundo que experimentou maior crescimento do volume exportado no último trimestre de 2011 e nos primeiros quatro meses de 2012, em um contexto mundial de desaceleração do comércio. Entretanto, a crise européia e a aversão global ao risco têm afetado seu desempenho exportador nos meses posteriores.

Esta desaceleração tem afetado o intercâmbio com todos os principais sócios comerciais da região, especialmente as exportações destinadas à União Européia, que caíram 5% no primeiro semestre de 2012 em relação a igual período de 2011. O fraco desempenho das exportações para a União Européia seria mantido para todo o ano, ainda que haja diferenças entre as sub-regiões (países da Comunidade do Caribe, -19%; América do Sul, -7%; México e América Central, 16%).

No médio prazo, o relatório antecipa que as nações em desenvolvimento seguirão como motor da economia e do comércio mundial, ainda que com desaceleração. "Por isso, a CEPAL enfatiza que para elevar  o  crescimento  potencial futuro é necessário realizar um esforço especial naqueles  desafios da oferta produtiva que ainda persistem: produtividade,   inovação,   educação,   infraestrutura,   logística  e transporte", afirmou Alicia Bárcena, Secretária-Executiva do organismo, na apresentação do documento.

Esses temas, junto à necessidade da região avançar pelo caminho do crescimento com igualdade e sustentabilidade ambiental, foram apresentados recentemente no documento Mudança estrutural para a igualdade. Uma visão integrada do desenvolvimento, que a CEPAL lançou em seu trigésimo quarto período de sessões, realizado no final de agosto, em El Salvador.

Em meio à atual incerteza internacional, a CEPAL prevê que o valor das exportações totais da região continuará aumentando durante o próximo triênio, ainda que a taxas menores às registradas em anos anteriores (5% anual entre 2013 e 2015, contra 20% anual, em média, durante a segunda metade da década passada).

Nesse ámbito, a CEPAL adverte sobre as oportunidades e desafios associados à forte presença dos produtos básicos na cesta exportadora regional, em especial nos países da América do Sul. Entre eles destaca-se a necessidade de promover processos de inovação, competitividade, internacionalização de empresas e maior presença nas cadeias de produção mais amplas, sejam estas nacionais, regionais ou globais, assim como a incorporação crescente das pequenas e médias empresas (pymes) ao processo produtivo das exportações, o estímulo às relações comerciais intra-regionais, e o aprofundamento dos vínculos com a China e a Ásia-Pacífico.

Desafios para a região

Em seu relatório, a CEPAL indica que a América Latina e o Caribe continuam apresentando baixos níveis de comércio intra-regional e de integração produtiva. Apesar de mais de 50% das exportações de bens intermediários (excluído o México) se destinarem à própria região, o peso destes produtos nas exportações intra-regionais somente alcança 10%. "Portanto, torna-se necessário estabelecer um ambiente propício para uma maior integração produtiva entre as economias da região", indica o documento.

No Panorama da Inserção Internacional da América Latina e do Caribe 2011-2012 destacam-se outras insuficiências do desempenho exportador da região. Por exemplo, a porcentagem de empresas exportadoras no total de empresas é inferior a 2% na maioria dos países da região, e inferior a 1% em muitos deles. Por outro lado, o primeiro percentil das empresas exportadoras concentra uma proporção igual ou superior a 70% das exportações totais na maioria dos países da região. Também, predominan as empresas que vendem um só produto a um só mercado: das  108.000 empresas exportadoras existentes em 10 países da região em 2010, 36% (a maioria delas pymes), exportou um só produto para um só destino.

Por último, no informe destaca-se a necessidade de continuar reforçando os vínculos com outras regiões em desenvolvimento, particularmente com a Ásia-Pacífico, o principal polo de dinamismo econômico mundial. Nesse sentido, o organismo chama os países a coordenarem-se regionalmente com urgência para dar resposta à variada agenda de cooperação entre China e  América Latina e o Caribe que propôs o Primeiro-ministro chinês Wen Jiabao em sua recente visita à sede da CEPAL, em Santiago,Chile.

 

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