Nota informativa
'A América Latina deve adotar uma agenda para a construção da nova ordem internacional, assumindo um compromisso efetivo'. Com estas palavras, José Antonio Ocampo, Secretário Executivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) inaugurou, esta manhã, o Vigésimo nono período de sessões deste organismo regional das Nações Unidas, em Brasília. A reunião, que iniciou hoje sua fase técnica, se estenderá durante toda a semana, finalizando com a etapa ministerial, na quinta e sexta-feira, dias 9 e 10 de maio.
Clodoaldo Hugueney Filho, Subsecretário-Geral de Assuntos de Integração, Econômicos e de Comércio Exterior do Brasil, participou da abertura do Evento, como representante do governo anfitrião. Sobre o trabalho da CEPAL, destacou sua dedicação consciente e dedicada aos principais temas econômicos de América Latina e do Caribe', assim como a produção de documentos analíticos, cujo 'selo de qualidade' é reconhecido mundialmente.
Os Períodos de Sessões da CEPAL são realizados a cada dois anos. Estão participando do presente, delegações dos governos membros que, além de discutir o tema central - globalização e desenvolvimento - farão uma análise das atividades do biênio anterior e aprovarão o Programa de Trabalho para os próximos dois anos. Os comitês respectivos discutirão as atividades sobre cooperação técnica para o desenvolvimento, e farão uma análise dos avanços registrados em matéria de população e desenvolvimento. Simultaneamente, haverá reunião da Mesa Diretiva do Conselho Regional de Planejamento do Instituto Latino-americano e do Caribe de Planejamento Econômico e Social.
Na cerimônia inaugural, após a aprovação do temário provisório da reunião, houve a apresentação, por parte do senhor José Antonio Ocampo, do documento Globalização e desenvolvimento, que analisa a situação da América Latina e do Caribe, focalizando a vulnerabilidade macroeconômica, a evolução do comércio, o investimento e o desenvolvimento tecnológico, a sustentabilidade ambiental, a migração internacional, e as carências sociais. A partir desta análise, foi montada uma agenda para a região na era global.
Em seu discurso inaugural, o senhor Ocampo destacou a Declaração do Milênio das Nações Unidas como ponto de referência para o trabalho da CEPAL, dizendo que suas metas constam no Programa de Trabalho, e ressaltando três prioridades:
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As políticas de redução da pobreza, incluídas não somente as sociais, mas também o impacto das políticas econômicas sobre a pobreza e desigualdade;
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As políticas nacionais e os mecanismos regionais e internacionais de cooperação que permitam fortalecer e melhorar as relações dos nossos países com a economia internacional, bem como as relações entre o desenvolvimento econômico e social resultantes da atual fase do processo de globalização; e
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Os vínculos existentes entre as estratégias econômicas e as ambientais.
Ainda segundo o Secretário-Executivo da CEPAL, a América Latina e o Caribe enfrentam o 'desafio de estabelecer estratégias e prioridades para consolidar uma nova aliança global a favor do desenvolvimento sustentado, recuperando o consenso alcançado no Rio de Janeiro, há uma década'. Outro tema de grande importância para a Comissão da ONU é o financiamento do desenvolvimento e o crescimento com estabilidade, assegurado no Consenso de Monterrey, no México, em março passado - 'representa um avanço e um sério compromisso da comunidade internacional. Portanto, a estreita colaboração com todos os países da região na efetivação deste acordo será mantida'.
José Antonio Ocampo concluiu discorrendo sobre as cinco publicações anuais da CEPAL que viabilizam um melhor acompanhamento da situação econômica e social da América Latina e do Caribe:
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Balance preliminar de las economías;
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Estúdio econômico;
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Panorama social;
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Informe sobre inversión extranjera; e
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Panorama de la inserción internacional
O processo em curso de modernização do sistema Nações Unidas inclui a incorporação de novas tecnologias que permitirão uma maior transparência. Como uma das prioridades do Secretário Executivo tem sido melhorar o sistema de difusão dos trabalhos analíticos da CEPAL, ele destacou a página da Instituição na Internet que, durante o ano passado, foi visitada por mais de um milhão e meio de pessoas, que baixaram mais de 3 milhões de arquivos. Isto permite 'que nossos documentos sejam conhecidos e consultados de forma mais rápida e ampla do que com as publicações impressas'.