Nota informativa
(29 de maio de 2015) O dinâmico cenário internacional, caracterizado pela revolução tecnológica, a globalização dos padrões de consumo, a organização da economia mundial em grandes blocos e a pressão progressiva sobre o meio ambiente, apresenta novos desafios e oportunidades para as relações estruturais entre a União Europeia e a América Latina e o Caribe, segundo a CEPAL.
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), da ONU elaborou uma publicação especial que será entregue como uma contribuição para a próxima Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC) e a União Europeia (UE), que será realizada em Bruxelas nos dias 10 e 11 de junho de 2015. O documento foi apresentado hoje aos embaixadores dos países membros da Comissão durante um Encontro em Santiago, Chile.
No Relatório intitulado La Unión Europea y América Latina y el Caribe ante la nueva coyuntura económica y social, a CEPAL apresenta as realidades econômica e social de ambos os blocos com o fim de aprofundar o diálogo entre as regiões e buscar pontos em comum que permitam trabalhar no caminho para o desenvolvimento sustentável com maior igualdade para conseguir sociedades prósperas, harmoniosas e sustentáveis para os cidadãos, tal como pretende o lema da Cúpula.
“Estamos certos que este diálogo político (entre a UE e a CELAC) suscitará iniciativas orientadas para os cidadãos e encaminhadas para fomentar a inovação para o crescimento sustentável, assegurar uma educação de qualidade para todos, garantir a segurança e combater a mudança climática”, propõe Alicia Bárcena, Secretária-Executiva da CEPAL, no prólogo do documento.
Segundo a publicação, as mudanças na conjuntura internacional são refletidas, primeiro, no ritmo do crescimento econômico. Por exemplo, entre 2003 e 2014, os países latino-americanos e caribenhos cresceram a taxas superiores às dos países da União Europeia, impulsionados pelo auge do ciclo de preços de exportação de numerosos produtos básicos e seus derivados. Entretanto, as perspectivas de um menor dinamismo do comércio internacional leva a esperar um menor crescimento entre 2015 e 2017, o que tornaria menos provável que se reduzam as diferenças da renda per capita com os países da UE.
Igualmente, a redução da pobreza na América Latina – que alcançava quase 44% dos habitantes em 2002 e chegou a 28% em 2014 – permitiu o surgimento de amplos setores de novos segmentos médios, com seus consequentes impactos econômicos e sociais. Hoje, este setor já representa 34% da população e a ele foram incorporados 82 milhões de pessoas entre 2000 e 2014.
Nas questões ambientais a América Latina e o Caribe já alcançaram níveis similares aos da UE em emissões anuais de gases de efeito estufa (GEE), apesar de seu menor nível de desenvolvimento. De fato, as emissões de GEE da UE foram reduzidos em média 0,9% anual desde 1990, enquanto que na América Latina e Caribe produziu-se um aumento sustentado de 0,6% anual.