CEPAL pede aos países da América Latina e do Caribe para avançarem na proteção dos direitos das mulheres indígenas

17 de Outubro de 2013 | Press Release

Documento adverte sobre a existência de profundas desigualdades que afetam mais de 23 milhões de pessoas que pertencem a esse grupo.

Las mujeres indígenas sufren discriminaciones de carácter económico, étnico, de clase y de género que se manifiestan en múltiples vulnerabilidades, según el informe de la CEPAL.

 Assista ao transmissão ao vivo da Conferência.

Ver galería de fotos

(17 de outubro de 2013) Na América Latina e no Caribe existem mais de 670 povos indígenas reconhecidos pelos Estados da região aos quais pertencem pelo menos 23,5 milhões de mulheres, que são afetadas pelas profundas desigualdades étnicas e de gênero, segundo informa um novo estudo da CEPAL.

O documento Mujeres indígenas en América Latina. Dinámicas demográficas y sociales en el marco de los derechos humanos foi apresentado durante a XII Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe, que ocorre até 18 outubro em Santo Domingo, República Dominicana.

O relatório analisa a situação das mulheres indígenas em nove países: Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Nicarágua, Panamá, Peru e Uruguai.

Segundo informação dos últimos censos da década de 2010 a maior população de mulheres indígenas se concentra no México com mais de 8.680.000 pessoas, seguido pelo Peru (mais de 3.250.000 mulheres indígenas) e Colômbia (superior a 689.000).

Em relação ao total de mulheres do país, no Peru as mulheres indígenas representam 23,8%, acima do México (15,3%), Panamá (12,1%), Nicarágua (8,8%) e Equador (7,1%). 

O relatório indica que as mulheres indígenas têm capacidades e potencialidades para agir como agentes de mudança e geradoras de bem-estar  e de desenvolvimento sustentável de seus povos, mas sofrem discriminações de caráter econômico, étnico, de classe e de gênero que se manifestam em múltiplas vulnerabilidades.

Por isso a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) conclama os países da região para que coloquem em prática políticas que busquem eliminar os fatores que determinam a situação da desigualdade que vivem as mulheres desse grupo, baseadas nos padrões dos direitos humanos e nos princípios acordados nas recentes conferências multilaterais sobre os povos indígenas.

A Comissão das Nações Unidas insiste que a garantia do exercício de os direitos individuais e coletivos das mulheres indígenas é indispensável para alcançar a almejada igualdade que busca a região.

Segundo o relatório, a migração tem trazido muitas vezes consequências negativas em as condições de vida das mulheres indígenas, já que acabam vivendo em lugares mais pobres, precários e sem segurança. Os países com maior mobilidade interna são: Panamá (7% das mulheres indígenas migrantes nos 5 anos anteriores ao censo), Uruguai (6%), Costa Rica (4,6%) e Equador (4%).

Ainda que tenha havido progressos no âmbito da educação - mais de 90% dos meninos e meninas indígenas de 6 a 11 anos vão à escola na maioria dos países da região - os avanços são insuficientes, afirma o relatório. 

Por exemplo, menos de 15% das jovens indígenas de 20 a 29 anos conseguiram terminar o nível escolar secundário em sete dos nove países analisados. Também a perda do idioma original como resultado do processo de escolarização é um aspecto central.

O documento indica também que a maternidade na adolescência (de 15 a 19 anos) continua sendo maior entre as jovens indígenas de todos os países analisados, com um patamar que vai de quase 12% no Uruguai a 31% no Panamá.

Entretanto o estudo constata que a participação econômica das mulheres indígenas está muito abaixo da dos homens, e inclusive das mulheres não indígenas.

Por exemplo, no Panamá a taxa de participação econômica mostra uma diferença de 19,3% para 44,4% entre as mulheres indígenas e não indígenas, respectivamente, enquanto na Colômbia é de 20,9% contra 36,1% e em Costa Rica de 27,4% contra 36,3%.

O documento foi elaborado pela CEPAL, no marco do Observatório da Igualdade de Gênero da América Latina e do Caribe, com a colaboração do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), pela Fundação Ford e pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID).

 

Ver também:

 

Mais informações sobre a XII Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe estão disponíveis seguindo o link.

Para consultas à imprensa e marcação de entrevistas, favor entrar em contato com o Setor de Informação Pública e Serviços Web da CEPAL em Santiago, Chile. E-mail: prensa@cepal.org; telefone: (56 2) 2210 2040.

No Brasil, entrar em contato com: Pulcheria Graziani - E-mail: pulcheria.graziani@cepal.org - telefones: (61) 3321-7540 ou (61) 9976-8030.

Siga-nos no: Twitter, Facebook, Flickr e YouTube.

 

Country(ies)

  • Brazil
  • Colombia
  • Costa Rica
  • Ecuador
  • Mexico
  • Nicaragua
  • Panama
  • Peru

Related project(s)

Contact

Unidade de Informação Pública

  • prensa@cepal.org
  • (56 2) 2210 2040

Subscription

Get ECLAC updates by email