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Autoridades do governo da região destacaram a pertinência da proposta de mudança estrutural da CEPAL

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31 de agosto de 2012|Comunicado de imprensa

A Secretária-Executiva, Alicia Bárcena, conclamou os países da América Latina e do Caribe a coordenar suas políticas macroeconômicas, industriais, sociais, do trabalho e ambientais.

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Alicia Bárcena, Secretaria Ejecutiva de la CEPAL, presenta el documento Cambio estructural para la igualdad.
Alicia Bárcena, Secretaria Ejecutiva de la CEPAL, presenta el documento Cambio estructural para la igualdad.
Foto: Mario Pascassio

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(30 de agosto de 2012) Autoridades e especialistas destacaram a pertinência, no atual momento da crise econômica global, da proposta de mudança estrutural para a igualdade que a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) está oferecendo à região, no marco do seu trigésimo quarto período de sessões, que se realiza desde segunda-feira 27 até sexta-feira, 31 de agosto, em El Salvador.

Na quarta jornada da reunião bienal mais importante da CEPAL, a Secretária-Executiva do organismo, Alicia Bárcena, apresentou as principais propostas do último documento institucional denominado Mudança estrutural para a igualdade: Uma visão integrada do desenvolvimento, que traça um caminho concreto para o crescimento com igualdade e sustentabilidade ambiental nos países da América Latina e do Caribe.

"A mudança estrutural virtuosa é uma transformação qualitativa da estrutura produtiva que impulsiona e fortalece setores e atividades mais intensivos em conhecimento e de rápido crescimento da demanda para gerar mais e melhores empregos: a chave mestra para alcançar a igualdade", explicou Bárcena,  durante uma sessão presidida pelo Ministro das Relações Exteriores de El Salvador, Hugo Martínez, onde também participou o Secretário-Executivo Adjunto da CEPAL, Antonio Prado.

Bárcena expôs no marco de um Seminário de Alto Nível sobre mudança estrutural, onde participaram Ministros das Relações Exteriores, Fazenda, Economia, Comércio, Indústria, Planejamento, Desenvolvimento Social e Meio Ambiente da região, entre outras autoridades que fazem parte das delegações dos 52 Estados membros e associados da CEPAL. Também assistiram funcionários do Sistema das Nações Unidas, acadêmicos e representantes da sociedade civil.

Nas quatro mesas programadas debateram-se temas como a mudança estrutural, a produtividade e o emprego, a dinâmica do ciclo econômico e o crescimento de longo plazo, o aspecto social da mudança estrutural e uma visão integrada de políticas para o desenvolvimento, incluindo a sustentabilidade ambiental.

Presidiram estas mesas o Ministro de Economia de El Salvador, Armando Flores, o Presidente do Banco Central de El Salvador, Carlos Acevedo, o Secretário Técnico da Presidência de El Salvador, Alexander Segovia, e a Primeira Dama do país, Vanda Pignato.

Outros expositores do Seminário foram o Ministro de Economia e Finanças Públicas da Bolívia, Luis Arce, o Ministro de Desenvolvimento Social do Chile, Joaquín Lavín, o Ministro de Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia, Sergio Díaz-Granados, o Ministro do Ambiente, Energia e Telecomunicações de Costa Rica, René Castro, a Ministra de Coordenação da Política Econômica do Equador, Jeannette Sánchez, e o Ministro de Economia e Finanças do Uruguai, Fernando Lorenzo, entre outros.

Em sua apresentação, Bárcena convocou os países da América Latina e do Caribe a articular as políticas macroeconômicas, industriais, sociais e do trabalho, e a construir pactos fiscais e sociais que possibilitem as transformações necessárias para a estrutura produtiva da região crescer de forma sustentada, e sustentável ambientalmente, no marco dos novos paradigmas tecnológicos.

"A proposta de mudança estrutural feita pela CEPAL apresenta-se em um momento muito oportuno porque aparece frente a uma crise estrutural de caráter global", afirmou o Ex-presidente da República Dominicana e atual Presidente honorário da Fundação Global Democracia e Desenvolvimento, Leonel Fernández. O documento "oferece um horizonte de longo prazo para a região", ressaltou.

João Carlos Ferraz, Vice-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil, destacou que a proposta da CEPAL "tem uma forte repercussão nos processos em curso na região e esta repercussão, sob um forte marco analítico, pode ter implicações na política pública com propriedade e não no vazio". "A CEPAL, hoje, nos oferece uma leitura adequada de nossas forças e debilidades",  acrescentou.

Por sua vez, o Diretor de Desenvolvimento Econômico e Político da Escola de Assuntos Internacionais da Universidade de Columbia, José Antonio Ocampo, confirmou que "a oportunidade deste documento é indubitável, já que alimenta processos em andamento na América Latina". Ressaltou, especialmente, a  análise que é feita sobre a relação entre ciclo econômico e crescimento de longo prazo. "Fazer uma ponte entre os dois é essencial", disse.  

Entretanto, David Ibarra, Professor da Universidade Nacional Autônoma do México, assinalou que "enquanto persistir a aguda heterogeneidade  das estruturas produtivas em nossa região, persistirá o estrangulamento externo e continuarão sendo profundas as desigualdades de produtividade e de renda que podem gerar e pagar as empresas tradicionais em relação às empresas modernas instaladas em nossos países".

Neste sentido, Bárcena propôs que o investimento público e privado seja "o vetor da mudança estrutural e a ponte entre o crescimento de curto e longo prazo". Conclama à não utilização do investimento público como variável de ajuste em períodos recessivos do ciclo econômico e pediu para fortalecer o papel do Estado e da política para ajustar os esforços em prol da mudança estrutural para a igualdade.

 

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