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A América Latina e o Caribe registrarão uma taxa de crescimento positiva em 2017, embora ainda baixa

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3 de agosto de 2017|Comunicado de imprensa

A CEPAL mantém sua projeção de crescimento médio regional em 1,1% e destaca a importância das políticas macroeconômicas para recuperar o dinamismo econômico.

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Alicia Bárcena, Secretária Executiva da CEPAL, durante a apresentação do relatório.
Alicia Bárcena, Secretária Executiva da CEPAL, durante a apresentação do relatório.
Foto: Carlos Vera/CEPAL

Os países da América Latina e do Caribe crescerão em média 1,1% em 2017 após dois anos consecutivos de contração, graças a um contexto internacional que apesar dos riscos geopolíticos apresenta melhores expectativas de crescimento, e uma melhora nos preços das matérias-primas que a região exporta, segundo mostra um novo relatório anual apresentado hoje pela CEPAL em Santiago, Chile.

O organismo regional das Nações Unidas divulgou seu Estudo Econômico da América Latina e do Caribe 2017, em que destaca a importância das políticas macroeconômicas para dinamizar o crescimento de longo prazo e avançar para a necessária mudança estrutural da economia da região.

“Para retomar o crescimento de médio e longo prazo é necessário contar com políticas anticíclicas que não somente se concentrem em reduzir as flutuações do ciclo, mas também em modificar aquelas características específicas que influem negativamente no crescimento e na estrutura produtiva dos países da região. Isso implica avançar em direção a marcos contracíclicos da política fiscal que defendam e promovam o investimento público e privado. Trata-se de revisar as regras fiscais para que permaneçam como instrumentos pró-estabilidade, mas que sejam também pró-investimento. Esse marco fiscal deve ir acompanhado de uma política financeira de estabilização do crédito e uma política monetária que apoie o crescimento do investimento e que vá além de instrumentos como a taxa de juros”, declarou Alicia Bárcena, Secretária-Executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), durante a coletiva de imprensa em que foi apresentado o documento.

Na parte central, o Estudo Econômico da América Latina e do Caribe da CEPAL analisa os desafios de política para dinamizar o investimento e o crescimento. O organismo indica que no processo de alcançar equilíbrios nas trajetórias da dívida e do resultado do setor público, não se deve restringir o investimento público. Para isso, separar o tratamento dos gastos de investimento e dos gastos correntes ajudaria a eliminar o viés contra o investimento nos processos de ajuste do gasto público.

Também é importante fortalecer a capacidade de aumentar as receitas públicas mediante mudanças na estrutura tributária (com o estabelecimento de mais impostos diretos), fortalecimento das administrações tributárias e a redução da evasão e elisão, acrescenta o documento.

Segundo o relatório, como em anos anteriores, se projeta uma dinâmica de crescimento diferente entre países e sub-regiões. Espera-se que o produto interno bruto (PIB) da América do Sul cresça este ano 0,6%, enquanto que as economias da América Central e do México irão se expandir 2,5% em média, graças ao aumento da renda por remessas e as melhores expectativas de crescimento dos Estados Unidos, seu principal sócio comercial. Entretanto, para as economias do Caribe de língua inglesa e holandesa espera-se um crescimento de 1,2%, após a contração de -0,8% registrada em 2016.

O relatório estima que, a diferença do ano passado, em 2017 todos os países da região apresentarão taxas positivas de crescimento, com exceção da Venezuela — cujo PIB cairia -7,2% — e dos países do Caribe (Santa Lúcia e Suriname, cujo PIB se contrairia -0,2%).

De acordo com a CEPAL, entre os fatores que afetarão positivamente o desempenho econômico da região nesse ano encontram-se a moderada recuperação da economia mundial, que fecharia 2017 com um crescimento de 2,7%, três décimos mais altos do que o de 2016, um leve aumento do volume do comércio mundial (2,4%), e um maior nível de preços dos produtos básicos, que seriam em média 12% mais altos do que os do ano passado. Por sua vez, a partir da perspectiva do gasto observa-se uma ligeira melhora do investimento e um maior dinamismo do consumo privado.

Do mesmo modo, espera-se que em 2017 o saldo em conta corrente regional se mantenha em níveis similares aos de 2016, em torno de -1,9% do PIB, embora com uma melhora nos termos de troca e um aumento das exportações (que se projeta em 8% para todo o ano).

O relatório indica que no âmbito do emprego, apesar da recuperação mostrada pelo crescimento econômico durante o primeiro trimestre de 2017, as condições do mercado de trabalho continuaram deteriorando-se devido a uma nova queda interanual da taxa de ocupação urbana. Para a região em seu conjunto espera-se que a taxa de desemprego urbano aumente de 8,9% em 2016 para 9,4% em 2017. Com isso acumularia um aumento da taxa de desemprego urbano de 2,5 pontos percentuais entre 2014 e 2017.

No âmbito fiscal, o déficit médio na América Latina se manterá estável em 2017, em torno de -3,1% do PIB, embora com tendências diferentes conforme a sub-região. No entanto, a inflação média das economias da região se reduziu a partir do segundo semestre de 2016, embora três economias mantenham taxas superiores a 20%. Essa tendência se manteve nos primeiros cinco meses de 2017, em que a inflação média caiu 1,6 pontos percentuais, passando de 7,3% em 2016 para 5,7% em maio de 2017.

O Estudo Econômico da América Latina e do Caribe 2017 inclui, também, exclusivamente no site da CEPAL (www.cepal.org) notas sobre o desempenho econômico de cada um dos países da região em 2016 e no primeiro semestre de 2017, assim como os respectivos anexos estatísticos. A informação que é apresentada foi atualizada até 30 de junho de 2017, com base nos dados oficiais proporcionados pelos países.

 

 

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