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América Latina e Caribe receberam 153 bilhões de dólares de investimento estrangeiro direto em 2011

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4 de maio de 2012|Comunicado de imprensa

Trata-se de um valor histórico, que poderá ser superado este ano. Entretanto, a Comissão adverte sobre a crescente remessa dos lucros das empresas multinacionais para seus países de origem.

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De izquierda a derecha, Álvaro Calderón, Oficial de Asuntos Económicos de la Unidad de Inversiones y Estrategias Empresariales de la CEPAL; Giovanni Stumpo, Jefe de la Unidad de Inversiones y Estrategias Empresariales; Mario Cimoli, Director de la División de Desarrollo Productivo y Empresarial de la CEPAL; Alicia Bárcena, Secretaria Ejecutiva de la CEPAL; María Amparo Lasso, Jefa de la Unidad de Información Pública y Servicios Web de la CEPAL; y Antonio Prado, Secretario Ejecutivo Adjunto de la CEPAL.
De izquierda a derecha, Álvaro Calderón, Oficial de Asuntos Económicos de la Unidad de Inversiones y Estrategias Empresariales de la CEPAL; Giovanni Stumpo, Jefe de la Unidad de Inversiones y Estrategias Empresariales; Mario Cimoli, Director de la División de Desarrollo Productivo y Empresarial de la CEPAL; Alicia Bárcena, Secretaria Ejecutiva de la CEPAL; María Amparo Lasso, Jefa de la Unidad de Información Pública y Servicios Web de la CEPAL; y Antonio Prado, Secretario Ejecutivo Adjunto de la CEPAL.
Foto: Carlos Vera / CEPAL

(3 de maio de 2012) A América Latina e o Caribe receberam 153,4 bilhões de dólares de investimento estrangeiro direto (IED) em 2011, cifra que representa 10% desses fluxos mundiais, segundo um relatório apresentado hoje pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) em Santiago, Chile.

Trata-se do maior valor de IED ingressado até agora na região, indica o estudo O Investimento Estrangeiro Direto na América Latina e no Caribe 2011. Em 2010 a região recebeu 120,9 bilhões de dólares, enquanto que em 2009 a crise econômica internacional fez cair as entradas para 81,6 bilhões de dólares. O valor histórico máximo anterior foi  registrado em 2008, quando os ingressos totalizaram 137 bilhões de dólares.

Os principais receptores de investimento estrangeiro direto na região em 2011 foram: Brasil (66,7 bilhões de dólares, que representam 43,8% do total de fluxos para a região), México (19,4 bilhões de dólares), Chile (17,3 bilhões de dólares), Colômbia (13,2 bilhões de dólares), Peru (7,7 bilhões de dólares), Argentina (7,2 bilhões de dólares), Venezuela (5,3 bilhões de dólares) e Uruguai (2,5 bilhões de dólares). Desses países, Brasil, Chile, Colômbia, Peru e Uruguai alcançaram recordes históricos.

Na América Central os ingressos de IED aumentaram 36% em relação a 2010 e se destacam os valores recebidos pelo Panamá (2,8 bilhões de dólares), Costa Rica (2,1 bilhões de dólares) e Honduras (1 bilhão de dólares). No Caribe as entradas subiram 20% em comparação com o ano anterior, liderando a República Dominicana,  com 2,4 bilhões de dólares.

"Apesar da incerteza ainda observada nos mercados financeiros globais, as economias da América Latina e do Caribe atraíram quantidades importantes de investimento estangeiro direto em 2011, valores que devem se manter elevados em 2012", destacou a Secretária Executiva da CEPAL, Alicia Bárcena.

Em 2011, 46% dos ingressos líquidos de IED corresponderam a reinvestimentos dos lucros (o percentual restante se dividiu entre novas entradas de capital e empréstimos entre companhias), que segundo a CEPAL reflete a confiança das empresas multinacionais e as oportunidades de negócios na região.

De acordo com o relatório, esta tendência, iniciada em 2002, é explicada pela magnitude dos ativos acumulados pelas  empresas multinacionais na região, assim como pelo aumento da rentabilidade desses ativos, graças ao bom desempenho econômico dos países e aos altos preços internacionais das matérias-primas exportadas.

Entretanto, a CEPAL ressalta ao mesmo tempo outro fenômeno que tem adquirido grande relevância desde 2004: a crescente remessa dos lucros pelas empresas multinacionais que investem na região, fato que recorda que o IED não é um fluxo unidirecional. "O rendimento de IED transferido para os países de origem aumentou de 20 bilhões de dólares anuais entre 1998 e 2003 para 84 bilhões anuais entre 2008 e 2010", afirmou Bárcena.

O documento indica também que o IED reforça a especialização produtiva da América Latina e do Caribe. Em 2011, 57% do investimento estrangeiro direto recebido pela América do Sul (sem o Brasil)  dirigiu-se  para o setor de recursos naturais, 36% para o de serviços e 7% para manufaturas. Ao contrário, 7,8% do IED recebido pelo México, pela América Central e pelo Caribe foi direcionado para os recursos naturais, 39,7% para manufaturas e 52,5% para serviços. No Brasil, tanto, os setores de manufaturas como o de serviços receberam 46,4% e 44,3%, respectivamente, enquanto os recursos naturais 9,2%.

"Nesse contexto, é urgente impulsionar políticas para orientar o IED e aproveitar seus potenciais benefícios, entre eles, a transferência de conhecimento e tecnologia, e o aumento das capacidades locais, mediante o fortalecimento dos sistemas nacionais de inovação, a criação de cadeias produtivas, a capacitação de recursos humanos e o desenvolvimento do empresariado local", enfatizou a Secretária Executiva da CEPAL.

Os investimentos no exterior das empresas multinacionais latino-americanas e caribenhas, conhecidas como translatinas, baixaram para 22,6 bilhões de dólares em 2011 (em 2010 totalizaram 44,9 bilhões de dólares). Apesar desta queda, a CEPAL destaca que estas empresas continuam em etapa de expansão.

O declínio, segundo o organismo, se explica fundamentalmente pelo registrado no Brasil, onde os empréstimos líquidos das filiais no exterior para as matrizes cresceram, ao mesmo tempo em que se reduziu o envio de capital, indicando que as empresas brasileiras estão investindo mais em seu próprio país.

O Chile foi o país que mais investiu no exterior em 2011 (11,8 bilhões de dólares), seguido pelo México (9,6 bilhões de dólares) e Colômbia (8,3 bilhões de dólares).

Segundo o relatório da CEPAL, a União Européia (UE), como bloco, é a maior investidora na América Latina e no Caribe. Na última década, a UE investiu em média 30 bilhões de dólares por ano na região, 40% do total recebido. Os investimentos europeus, que foram direcionados fundamentalmente para a América do Sul, estão amplamente diversificados e é muito importante em vários setores estratégicos, como energía elétrica e bancos.

Entre os principais investidores em 2011 destacam-se os Estados Unidos (18%), Espanha (14%), a própria região latino-americana e caribenha (9%) e Japão (8%), entre outros.

A CEPAL prevê que em 2012 as correntes de IED para a América Latina e o Caribe serão mantidas em níveis elevados. Não obstante, o organismo adverte que se a crise na zona do euro adquirir maiores dimensões poderia reverter a afluência de investimentos, especialmente europeus.

Devido a esta incerteza, e à atrativa posição da América Latina e do Caribe para as empresas multinacionais, o organismo projeta que em 2012 as entradas de IED para a região terão uma variação num patamar entre -2% e 8% em relação às entradas de 2011.

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