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Os bancos de desenvolvimento na região oferecem mecanismos para a internacionalização das PME

2 de dezembro de 2014|Notícias

Estudo apresenta resultados de uma análise elaborada pela CEPAL sobre 111 programas de instituições financeiras para o desenvolvimento da América Latina e do Caribe.

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Foto: Marcelo Sayao/EFE

Os bancos de desenvolvimento da região têm realizado esforços para facilitar a internacionalização das PME, dado que a maioria de seus programas de financiamento incluem estas empresas entre seus destinatários (92%), estabelecem prazos flexíveis (36%) e exigem garantias ou avais ajustando-se a suas possibilidades, segundo destaca um relatório publicado recentemente pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).

As cifras do estudo O financiamento do comércio internacional e o papel dos bancos de desenvolvimento na América Latina e no Caribe procedem de uma nova base de dados, compilada em 2013 pela Divisão de Financiamento para o Desenvolvimento da CEPAL, sobre 111 programas destinados exclusivamente a financiar o comércio exterior que são fornecidos por 23 instituições financeiras de desenvolvimento (IFD), também chamados de bancos de desenvolvimento, de 14 países da América Latina e do Caribe.

O relatório parte do diagnóstico de que o financiamento ao comércio internacional por parte dos intermediários financeiros (principalmente bancos, tanto comerciais como de outro tipo) sustenta atualmente cerca de um terço do comércio global de mercadorias, mas adverte que estes mecanismos não beneficiam as pequenas e médias empresas (PME) na mesma medida que as companhias de maior tamanho.

Por sua vez, os bancos de desenvolvimento da América Latina, que são de caráter público ou majoritariamente público, têm um papel menor na provisão de financiamento ao comércio exterior, mas podem converter-se em atores relevantes na hora de aumentar o acesso a esse financiamento e apoiar a internacionalização das PME, cuja participação nas exportações totais da região não supera 4% em média.

Quanto ao tipo de financiamento fornecido atualmente por essas IFD, o estudo destaca que os bancos nacionais de desenvolvimento mostram um esforço para apoiar as pequenas empresas ao conceder maior flexibilidade nos prazos de seus programas, já que 36% do total da amostra analisada não tem um termo definido a priori, mas se ajusta às necessidades dos destinatários.

Ademais, a maioria dos programas (74%) não apresenta restrições de acesso segundo a escala das empresas, enquanto 18% tem como destinatários exclusivos as de pequeno tamanho, o que evidencia um esforço de apoio por parte das IFD a estas companhias. Somente uma pequena proporção dos programas (8%) está orientada para médias e grandes empresas.

Por outro lado, o relatório sublinha que o fomento ao comércio intrarregional não constitui uma das prioridades das IFD, já que quase todos os programas são de caráter geral e, portanto, financiam qualquer tipo de comércio exterior. Em 2013, o comércio intrarregional representou somente 19,2% do total na América Latina e no Caribe, longe dos 59,1% registrados pela União Europeia.

O documento assinala que na maioria de programas analisados (79%) a própria instituição entrega diretamente os recursos para financiar as operações de comércio exterior -modalidade chamada de primeiro nível -, enquanto em 21% dos casos restantes licitam fundos para que estes sejam administrados por instituições financeiras intermediárias que se encarregam de conceder o financiamento - modalidade de segundo piso.

Segundo o relatório, isto é coerente com os mecanismos dos bancos nacionais de desenvolvimento da região, 63% dos quais atuam como bancos de primeiro nível, o que tende a fortalecer suas funções como complemento dos bancos comerciais.

Entre as instituições com maior número de programas dedicados exclusivamente ao comércio exterior, encontram-se o Banco da Nação Argentina (17), o Banco do Brasil (14) e o Banco Nacional de Comércio Exterior do México, Bancomext (12).