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A OCDE e a CEPAL aconselham transformar o crescimento em desenvolvimento econômico e social

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28 de outubro de 2011|Comunicado de imprensa

O Relatório LEO 2012 recomenda que a região adote novas políticas para melhorar a competitividade e a diversificação econômica.

(28 de outubro, 2011) Apesar da diminuição do crescimento econômico mundial, a economia da América Latina e Caribe cresceu 5.9% em 2010 e espera-se que alcance  4.4% este ano. Para garantir o progresso contínuo, a região precisa transformar agora esse crescimento em desenvolvimento econômico e social sustentável, tal e como afirma a nova publicação Perspectivas Econômicas da América Latina, apresentada na XXI Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo que ocorre em Assunção, Paraguai.

Como afirmou Angel Gurría, Secretário Geral da OCDE, "os países con um elevado crescimento econômico deveriam aproveitar esta oportunidade e realizarem reformas estruturais e sociais necessárias para garantir um desenvolvimento sustentável. Os governos da América Latina e do Caribe deveriam capitalizar os êxitos recentes para enfrentar outros desafios a curto e longo prazo, tais como a diversificação de suas economias, a realização de reformas fiscais e a prestação de melhores serviços a seus cidadãos, centrando-se especialmente na  educação, nas infraestruturas e na promoção da inovação".

A publicação Perspectivas Econômicas da América Latina 2012 recomenda que a região adote novas políticas para melhorar a competitividade e a diversificação econômica. Os setores intensivos em recursos naturais continuam representando 60% do valor agregado manufatureiro total na América Latina, e os bens primários e produtos manufaturados baseados nos recursos naturais representam mais de 50% das exportações da região. Considerando que um entre cada três latino-americanos vive abaixo da linha de pobreza -180 milhões de pessoas- e que 10 economias da região continuam entre as 15 mais desiguais do mundo, uma economia mais diversificada e produtiva é essencial para manter e melhorar o crescimento, assim como para reduzir a desigualdade.

Apesar do inegável progresso da gestão macroeconômica e da capacidade de atrair o investimento estrangeiro, as economias latino-americanas e caribenhas continuam sendo vulneráveis às oscilações da volatilidade, a inflação e as flutuações monetárias da economia mundial. A curto prazo, os países da América Latina e do Caribe devem ampliar seus espaços fiscais para poderem reagir diante dos reveses procedentes dos mercados internacionais.

Os países da região deverão enfrentar também desafios a longo prazo e questões estruturais. Por exemplo, em 2008, a arrecadação tributária na América Latina representou 19% do PIB, apenas mais da metade dos 35% arrecadado em média na OCDE. Aumentar o nível de receitas tributárias, permitiria aos governos latino-americanos investir mais e melhorar os serviços públicos.

O Relatório indica também, que a região deveria promover uma gestão pública mais transparente. Como afirma Alicia Bárcena Ibarra, Secretária Executiva da CEPAL, "as economias da América Latina e do Caribe têm mostrado uma significativa resistência diante da crise econômica e sua recuperação tem sido mais rápida do que a de outras regiões. Para consolidar esses êxitos e empreender ações concretas, a região deverá fomentar novos modelos de governança, maior institucionalidade e políticas públicas capazes de mobilizar um amplo conjunto de atores".

Por outro lado, mesmo  que a  qualidade da educação tenha melhorado, as brechas ainda são elevadas. A prova da PISA da OCDE mostra que quase  50% dos estudantes do ensino secundário da América Latina não atinge os níveis mínimos aceitáveis em leitura, ainda que na média da OCDE esta proporção seja menor que 20%. Para diminuir as diferenças, os países da região deverão garantir um ensino primário de excelente qualidade e um acesso igualitário ao ensino secundário e superior.

Além disso, com a finalidade de melhorar a eficiência de seus setores de transporte e energia, a região deverá aumentar a coordenação entre as agências reguladoras e os diversos níveis de governo, assim como melhorar os acordos alcançados com o setor privado.

Por último, a baixa produtividade e a fragilidade dos sistemas nacionais de inovação continuam sendo problemas que ainda persistem na região. A recente criação de novos ministérios e agências dedicados à inovação na Argentina, Brasil e Chile constitui um sinal claro de progresso, porém, é preciso formular políticas mais ativas e melhor coordenadas nesse âmbito.

Para maiores informações:

Elodie Masson (OCDE), elodie.masson@oecd.org, +33 (0)1 45 24 82 96.

Unidade de Informação Pública e Serviços Web da CEPAL, dpisantiago@cepal.org, + (56 2) 210 2040.

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