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O crescimento da América Latina e do Caribe cairá para 3,2% em 2012 pela debilidade de economia mundial

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2 de outubro de 2012|Comunicado de imprensa

Apesar da desaceleração, a maioria dos países tem capacidade de resposta para enfrentar as adversidades internacionais, afirma o documento.

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De izquierda a derecha, Luis Beccaria, Director de la División de Estadísticas de la CEPAL, Jürgen Weller, Oficial de Asuntos Económicos de la División de Desarrollo Económico, Juan Alberto Fuentes, Director de la División de Desarrollo Económico de la CEPAL, María Amparo Lasso, Jefa de la Unidad de Información Pública y Servicios Web, Alicia Bárcena, Secretaria Ejecutiva del organismo, y Antonio Prado, Secretario Ejecutivo Adjunto de la CEPAL.
De izquierda a derecha, Luis Beccaria, Director de la División de Estadísticas de la CEPAL, Jürgen Weller, Oficial de Asuntos Económicos de la División de Desarrollo Económico, Juan Alberto Fuentes, Director de la División de Desarrollo Económico de la CEPAL, María Amparo Lasso, Jefa de la Unidad de Información Pública y Servicios Web, Alicia Bárcena, Secretaria Ejecutiva del organismo, y Antonio Prado, Secretario Ejecutivo Adjunto de la CEPAL.
Foto: Carlos Vera / CEPAL

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(2 de outubro de 2012) A debilidade da economia mundial, causada principalmente pelas dificuldades que enfrentam a Europa, os Estados Unidos e a China, tem incidido no crescimento da América Latina e do Caribe, região que terá, em 2012, uma expansão menor do que as anteriores, segundo estimativas apresentadas hoje, pela CEPAL.

Em seu relatório Estudo Econômico da América Latina e do Caribe 2012, apresentado em Santiago do Chile, o organismo das Nações Unidas indica que a desaceleração de crescimento apresentada pelas economias durante 2011 estendeu-se durante o primeiro semestre de 2012, o que fez cair a projeção do crescimento para o ano completo para 3,2%, dos 3,7% anunciados em junho passado.

Segundo o documento, o consumo privado tem sido o principal impulsor da expansão regional, graças à favorável evolução do mercado de trabalho, do aumento do crédito e, em alguns casos, das remessas.  Entretanto,  acentuado enfraquecimento da demanda externa e uma tendência decrescente dos preços da maioria dos principais bens básicos de exportação, têm transformado o comércio exterior no principal canal de transmissão das crises internacionais para a economia da região.

"O desempenho econômico da América Latina e do Caribe em 2012 e 2013 está sujeito, em boa parte, à forma tomada pelos processos de ajuste dos países desenvolvidos, assim como a desaceleração da China, embora vá depender da própria capacidade de resposta da região", indicou Alicia Bárcena, Secretária-Executiva da CEPAL, na apresentação do estudo.

Neste âmbito, a região tem acumulado uma experiência valiosa nos últimos anos, que lhe permite responder adequadamente às turbulências externas. O relatório apresenta um resumo das medidas adotadas pelos governos diante das adversidades da economia internacional no período de 2008-2012 e conclui que a maioria dos países tem, hoje, espaço fiscal para enfrentar com políticas contracíclicas que permitam estabilizar a trajetória do emprego, o investimento e o crescimento (ver nota informativa anexa).

De acordo com o Estudo Econômico 2012, grande parte dos países sul-americanos e centro-americanos, além do México terão, em 2012, taxas de crescimento do produto interno bruto (PIB) similares ou levemente inferiores às de 2011, graças à expansão do consumo e, em menor medida, do investimento. Entretanto, a Argentina e o Brasil, que têm un peso considerável dentro do PIB ponderado da região, terão um crescimento menor que o resto de 2,0% e 1,6%, respectivamente, o que explica a maior parte da redução do crescimento da região para 2012, comparado com 2011, quando registrou 4,3%.

O Brasil experimentou um processo de desaceleração mais forte que os demais países durante o último semestre de 2011 e somente no início do segundo semestre de 2012 começaram a notar-se alguns sintomas de reativação. Na Argentina a diminuição foi mais marcada durante o primeiro semestre de 2012.

Segundo estimativas da CEPAL, o crescimento em 2012 estará encabeçado pelo Panamá, com um PIB de 9,5%, seguido do Haiti (6,0%) e o Peru (5,9%). A Bolívia, o Chile, a Costa Rica, a Nicarágua e a Venezuela crescerão 5,0% este ano, enquanto o México terá 4,0%. O Paraguai será o único país a experimentar uma contração, de -2,0%, por fatores climáticos excepcionais que destruíram parte de sua produção de soja, principal produto de exportação.

Por sub-regiões, o Caribe crescerá 1.6%, A América Central 4,4% e a América do Sul 2,8%.

O cenário previsto para 2013 contempla uma continuação da tendência levemente descendente do crescimento da maior parte dos países sul-americanos, que são mais dependentes das exportações de produtos básicos para a China, e um crescimento similar ao de 2012 no caso do México e das nações centro-americanas.  No Caribe a recuperação será paulatina, com taxas de crescimento levemente superiores à de 2012, nos países mais dependentes do turismo.

Após a queda em 2012, a CEPAL prevê uma recuperação para a Argentina e para o Brasil em 2013, o que explica a maior parte do aumento do crescimento médio da região neste ano, que chegaria a 4,0%.

Em matéria de inflação, o relatório indica que manteve-se a tendência à queda durante o segundo trimestre de 2012, com uma variação média acumulada em doze meses para junho, de 5,5%, valor mais baixo registrado desde novembro de 2010, graças ao menor crescimento dos preços dos alimentos.

Em relação ao emprego, o documento explica que o aumento do trabalho e a melhora em sua qualidade, assim como salários mais altos têm contribuído para a expansão moderada da demanda interna na região e de seu consumo. Em um grupo de países selecionados a taxa de desemprego urbano regional caiu de 7,2% no primeiro semestre de 2011, para 6,8% no mesmo período de 2012; e para a região em seu conjunto, espera-se uma média de  6,5% para o ano, em comparação com 6,7% em 2011.

A contração da demanda agregada nos países desenvolvidos, junto com a desaceleração da China, afetaram as exportações regionais para os Estados Unidos, para a Ásia e para a União Européia, durante o segundo trimestre de 2012. Isto também provocou uma queda generalizada no primeiro semestre nos preços dos produtos básicos que a região exporta, principalmente minerais e alimentos.  Devido a isto os termos de intercâmbio se deterioraram na maioria dos países, pelo que se estima que o ano completo fechará com um déficit na conta corrente regional cerca de 1,9% do PIB.

Apesar das turbulências no entorno financeiro internacional, em geral a região tem mantido seu acesso aos mercados financeiros internacionais e suas reservas monetárias continuam aumentando. Isto, somado a uma leve melhora dos resultados fiscais na maioria dos países e aos espaços existentes para reduções das taxas de juros em um contexto de inflação baixa, indica que os governos têm hoje certa capacidade para enfrentar uma possível piora do contexto externo.

No relatório, a CEPAL adverte que o investimento na região tem sido especialmente vulnerável diante dos choques externos. Para minimizar os efeitos desta situação nos termos de intercâmbio e no crescimento dos países, o organismo propõe um enfoque de estabilização real integrado que coordene as políticas fiscais, monetárias, cambiais e macroprudenciais, e integrar a política estabilizadora do ciclo com outras que incidem na oferta e na demanda externa, como a política industrial, a do trabalho e a comercial, para favorecer não somente uma maior estabilidade dol crescimento do produto, o investimento e o emprego, mas também para reduzir a heterogeneidade produtiva e favorecer uma mudança estrutural para a igualdade.

 

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